«Repudiamos as recentes e graves ameaças militares do governo de EUA contra a irmã República Bolivariana da Venezuela», disse o presidente cubano, que reafirmou também o apoio do seu país ao povo e ao governo da Nicarágua, e rejeitou as medidas que atentam contra o seu direito ao bem-estar, a segurança e a paz – informa a Prensa Latina.
Díaz-Canel referiu que «as tentativas de voltar a impor o passado neocolonial à Nossa América, declarando publicamente a vigência da Doutrina Monroe, contravêm a Proclamação da América Latina e Caraíbas como Zona de Paz».
Denunciou o facto de, «no complexo panorama que o mundo enfrenta devido à pandemia, os Estados Unidos atacarem o multilateralismo e desqualificarem injustamente o papel das organizações internacionais, em particular da Organização Mundial da Saúde [OMS]».
O impacto da Covid-19 no mundo mostrou, segundo o presidente cubano, «a fragilidade de um mundo dividido e que marginaliza [excluyente]». «Nem os mais afortunados e poderosos poderiam sobreviver na ausência daqueles que, com o seu trabalho, criam e sustentam as riquezas».
Díaz-Canel chamou a atenção para as «múltiplas crises geradas pela doença» e os efeitos «demolidores e perduráveis» que irão ter, e alertou que «600 milhões de pessoas vivem em pobreza extrema num mundo onde quase metade da população não tem acesso a serviços básicos de saúde, em cuja gestão – disse – o mercado se impõe ao nobre propósito de salvar vidas».
«Esta é a realidade quando a despesa militar global ultrapassa os 1,9 milhões de milhões de dólares, 38% dos quais, 732 mil milhões, correspondem, em 2020, aos Estados Unidos», denunciou Díaz-Canel, que expressou o seu alinhamento com a posição expressa pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pelo fim das guerras e a defesa do direito à paz.
Declaração em defesa da cooperação internacional no combate à Covid-19
Na reunião por videoconferência, convocada pelo presidente do Azerbaijão e actual presidente do Movimento dos Países Não Alinhados (MPNA), Ilham Aliyev, participaram esta segunda-feira 15 estados em formato de Grupo de Contacto, que representaram os 120 países-membros do Movimento.
No final do encontro foi aprovada uma declaração em que assume destaque a solidariedade internacional para fazer frente à Covid-19. O texto declara o apoio «aos planos e iniciativas do secretário-geral das Nações Unidas para combater a pandemia», bem como à OMS, ao seu director-geral e dirigentes, cujo papel fundamental «na primeira linha do combate» reconhecem.
O MPNA insta à cooperação inter-estatal e à solidariedade internacional, de modo a «proporcionar aos povos necessitados» os medicamentos e equipamentos necessários, apela ao reforço do multilaterarismo e condena de forma veemente «a promulgação e aplicação de medidas coercitivas unilaterais contra estados-membros do Movimento».
Reconhecendo «os efeitos sem precedentes da pandemia» sobre «as sociedades e as economias, bem como as viagens e o comércio mundiais», com impactos «devastadores no rendimento das pessoas», o organismo afirma que «os mais pobres e mais vulneráveis são os mais duramente afectados pela pandemia».
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