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CNA: novo Governo deve reconhecer a importância da agricultura familiar

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) assinala a importância de se valorizar e promover a agricultura familiar para a defesa da biodiversidade e a manutenção dos recursos naturais. 

Em discussão no 2.º Fórum Nyéléni Europa estará a construção da soberania alimentar
A CNA denuncia que mais de metade das explorações em Portugal, particularmente as da agricultura familiar, foram eliminadasCréditos / CC BY-SA 4.0

«O novo Governo deve destacar, no seu programa e na sua composição, o papel ímpar do sector agro-pecuário e florestal e, em particular, a reconhecida importância da agricultura familiar», refere a CNA numa nota emitida esta tarde.

A sua valorização e promoção, «com a rápida operacionalização do Estatuto da Agricultura Familiar», será, no entender da Confederação, um «factor indispensável» para defender a biodiversidade e contribuir para a manutenção dos recursos naturais, dessa forma minorando as consequências das alterações climáticas.

«As políticas do "produzir para exportar" e do "equilíbrio da balança alimentar, em valor", os privilégios dados às grandes empresas de produção intensiva e super intensiva (muitas de capitais estrangeiros), têm como reverso a necessidade de importar grande parte da nossa alimentação», denuncia-se no texto. 

A CNA insiste que, «em Portugal, mais de metade das explorações, particularmente as da agricultura familiar, foram eliminadas». Defende que quem resiste e produz «não vê o seu trabalho justamente remunerado» e quem compra «paga os lucros das grandes empresas agrícolas e das grandes multinacionais».

Para os agricultores é «indispensável» que a tutela promova políticas que integrem os sectores agrícola, pecuário e florestal, a fim de melhorar o rendimento das explorações e possibilitar um desenvolvimento mais sustentável.

Depois do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR2020), «obra do Governo da troika», a CNA alerta o novo Governo e o novo Ministério da Agricultura para que, na negociação da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2020, tal como na definição do próximo Quadro Financeiro Plurianual e do novo PDR, seja capaz de assumir a defesa do interesse da produção agropecuária e florestal, em nome da soberania alimentar de Portugal e de uma alimentação de qualidade. 

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