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«O período das troikas passou, as empresas têm lucros, onde está a nossa parte?»

Os trabalhadores dos call centers da Meo e da Nos, no Porto, vão estar em greve esta semana contra a precariedade e por salários adequados à qualificação que se lhes exige. 

Conflito laboral na empresa durá há mais de um ano
Créditos / Exame Informática

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN) começa por explicar num comunicado que, trabalhar num serviço de call center, back office ou loja, em contacto permanente com o público, é um trabalho «desgastante» que exige formação contínua e capacidade de desenvolver tarefas de grande responsabilidade. 

Como tal, regista, estes profissionais devem receber mais do que o salário mínimo nacional, sob pena de se confundirem com trabalhadores não qualificados. 

«O período da crise e das "troikas" já passou, estamos em 2019, a economia cresce e as empresas a terem mais lucros, onde está a parte dos trabalhadores?», indaga-se no documento. A questão impõe-se numa altura em que se sabe que o volume de negócios dos call centers em Portugal triplicou, entre 2016 e 2017, enquanto o salário médio mensal dos operadores desceu quase 3% em igual período. 

O SINTTAV esclarece que os profissionais que prestam serviço nas operadoras Meo e Nos fazem-no através das empresas de trabalho temporário Manpower, Randstad, Egor, RHmais e Multitempo. E que, por partilharem os mesmos problemas laborais, «decidiram dar continuidade à luta». 

A par das greves dos trabalhadores da Meo Altice, no dia 19, e da Nos, no dia 21, estão agendadas concentrações em cada um dos dias, junto ao call center da Meo Altice, em Santo Tirso, e junto ao edifício da NOS, em Campanhã – Porto, no período entre as 10h30 e as 12h. 

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