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Sindicatos dos médicos «nunca se depararam com tamanha arrogância»

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI/UGT) recorreu a estratégias para boicotar a negociação colectiva no SAMS sem precedentes. «Nem com o grupo Mello», denunciam os sindicatos dos médicos.

Rui Riso acumula a presidência do SBSI com as funções de deputado na Assembleia da República, eleito pelo PS
CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Numa carta aberta aos sócios do SBSI, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul e o Sindicato Independente dos Médicos apelam à compreensão dos utentes do serviço médico dos bancários (SAMS) para a greve convocada por várias estruturas sindicais.

Em causa está a denúncia do acordo colectivo e o boicote da negociação: uma postura que não é caso único quando se trata de uma entidade patronal, mas inaudita quando falamos de um sindicato. O SBSI, nesse duplo papel, optou por agir como o patronato, ainda para mais num momento em que está a negociar o seu próprio acordo colectivo para os bancários, notam os sindicatos dos médicos.

A direcção do SBSI recusa-se a negociar directamente com os sindicatos que representam os trabalhadores do SAMS, «recorrendo a escritórios de advogados especializados em fusões e aquisições, e a representar entidades patronais».

As organizações que subscrevem a carta aberta lembram que assinaram 36 acordos colectivos com entidades públicas e privadas, mesmo com o grupo Mello, a Lusíadas Saúde ou com as gestoras das parcerias público-privado. «Nunca se depararam com tamanha arrogância» como acontece com o SBSI, notam.

Os sindicatos também não compreendem o «silêncio ensurdecedor» do ministro do Trabalho neste processo. Apesar de terem pedido a intervenção de Vieira da Silva em Abril de 2017, ainda não foi proferido qualquer despacho a determinar a arbitragem obrigatória.

Protesto em defesa da contratação colectiva

A greve, convocada pelos sindicatos que representam os trabalhadores do Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS) para 27 de Novembro, surge na sequência de uma nova ofensiva da administração para interromper o processo negocial e provocar a caducidade do acordo de empresa.

A situação, que se arrasta desde o final de 2016, assume particular gravidade tendo em conta que a gestão do SAMS está a cargo do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), uma das principais estruturas da UGT – o secretário-geral da central já foi seu dirigente e actualmente é presidido pelo deputado do PS Rui Riso.

Tal como agora, logo em Janeiro de 2017 os trabalhadores do SAMS e do SBSI realizaram uma greve convocada por uma ampla frente sindical e que contou com o apoio da comissão de trabalhadores.

A actual direcção do SBSI, liderada pelo deputado do PS Rui Riso, vem acumulando acções repressivas contra os seus próprios trabalhadores. Ainda nesta semana, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) denunciou um caso de repressão patronal num lar do SAMS em Brejos de Azeitão (Setúbal) contra uma delegada sindical.

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