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Greve na loja Pingo Doce do Parque das Nações

Os trabalhadores do Pingo Doce no Parque das Nações Norte cumprem greve esta sexta-feira. Exigem melhores condições de trabalho, aumentos salariais e horários regulados.

Salários na grande distribuição roçam o salário minímo nacional, apesar dos elevados lucros das empresas
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De acordo com o pré-aviso de greve, emitido pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), a acção de protesto na loja do Pingo Doce decorre entre as 12 e as 14h de hoje.

A par da greve parcial, os trabalhadores realizam ainda uma concentração à porta da loja, localizada na zona Norte do Parque das Nações, onde pretendem denunciar aos clientes as más condições de trabalho ali praticadas e apelar para que demonstem a «sua solidariedade com a nossa luta».

Entre as denúncias, afirmam que «um trabalhador que entra às 6h da manhã com saída às 15h, volta a entrar no mesmo dia à meia-noite», no seguimento da redução significativa do pessoal, e também que as cadeiras das operadoras de caixa não são adequadas, havendo quem tenha «já graves problemas de saúde, nomeadamente da coluna».

 

Além disso, é apontado que as saídas de emergência estão sistematicamente obstruídas com paletes de mercadoria e que o ar condicionado da loja está constantemente avariado, o que provoca «calor excessivo» para todos.

 

No documento, o CESP apela aos clientes dos hiper e supermercados para manifestarem «a sua solidariedade para com a luta dos trabalhadores», seja escrevendo no livro de reclamações, expressando a sua indignação nas redes sociais das empresas ou enviando mensagens de correio electrónico para a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição ([email protected]).

 

Outras revindicações passam pelo aumento dos salários para todos, o fim dos horários desregulados, dos «brutais ritmos que fazem da vida dos trabalhadores um inferno». Os trabalhadores contestam ainda o impasse em torno das negociações para a revisão do contrato colectivo de trabalho (CCT) no sector, abrangendo mais de 100 mil trabalhadores e que duram há mais de dois anos.

 

A estrutura representativa dos patrões é acusada de bloquear as negociações e de, a troco do aumento dos baixos salários, exigir várias contrapartidas, vistas como «inaceitáveis» pelos trabalhadores: redução do valor pago pelo trabalho suplementar e em dia de feriado para metade e a aceitação oficial do banco de horas como prática no sector.

 

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