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Parlamentares europeus e latino-americanos condenam ofensiva imperialista

Deputados da América Latina e do grupo da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu sublinharam a solidariedade com a Nicarágua e condenaram o crescimento de movimentos fascistas na Europa.

A maioria dos nicaraguenses defende a paz
Mobilização na Nicarágua em defesa da pazCréditos / Twitter

«Condenamos todos aqueles que, pondo em causa a soberania e os interesses da pátria nicaraguense, apostam na desestabilização», lê-se numa declaração conjunta subscrita em Viena (Áustria), no âmbito das reuniões das comissões parlamentares permanentes da Eurolat (Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana), que decorreram de dia 17 até hoje.

Os deputados de esquerda dos parlamentos Centro-Americano, Latino-Americano, Andino e do Mercosul condenam também, em conjunto com os deputados firmantes da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), em que se inclui o deputado comunista português João Pimenta Lopes, aqueles que «dirigiram delinquentes e grupos de vândalos para executar acções terroristas e violentas, que durante mais de três meses [entre Abril e Julho deste ano] roubaram a paz ao povo nicaraguense».

Manifestam, para além disso, a sua solidariedade ao povo que pede «justiça para os cidadãos e polícias sequestrados, torturados e assassinados» durante a intentona. «Unimo-nos à luta contra o intervencionismo estrangeiro e pela sustentabilidade da soberania da Nicarágua, e saudamos o heroísmo do povo que resistiu e vai ganhando a cada dia novamente a paz», afirmam no documento.

Contra a ofensiva imperialista na América Latina

Denunciando a arremetida do imperialismo, os deputados da Eurolat repudiam a «perseguição judicial, política e mediática, e as campanhas de criminalização que sofrem diversos líderes progressistas, como Lula da Silva, Rafael Correa ou Cristina Kirchner».

Relativamente à Venezuela, manifestam o seu repúdio pelos ataques e medidas unilaterais que visam atentar contra a soberania política e económica do país, promovidas pelos EUA e a União Europeia (UE).

Noutro ponto da declaração, exigem «o levantamento incondicional, total e definitivo do bloqueio económico, financeiro e comercial do governo dos Estados Unidos contra Cuba, e a indemnização ao povo cubano pelos danos e prejuízos causados durante mais de 50 anos».

Também reclamam a devolução ao país caribenho do território ocupado ilegalmente na província de Guantánamo, onde Washington possui uma base naval.

Ainda no contexto latino-americano, os deputados de esquerda reforçam a aposta na integração da América Latina e das Caraíbas, e denunciam, entre outras questões, «os retrocessos democráticos, sociais, laborais e económicos» no Equador; condenam a «degradação da democracia na Colômbia após as eleições»; repudiam a «perseguição a dirigentes políticos e sociais na Argentina».

Por uma Europa da soberania dos povos

Os deputados da Eurolat, reunidos nos últimos dias na capital austríaca, condenam «a gestão criminosa e xenófoba da UE da migração, em concreto no Mediterrâneo», defendendo que a «migração é hoje um problema global que tem como causa as políticas de agressão e exploração do imperialismo».

Neste contexto, expressam «preocupação e condenação face ao crescimento de movimentos fascistas, racistas e xenófobos, e partidos de extrema-direita nos países europeus», facto que, entendem, resulta das «políticas de austeridade, cortes e empobrecimento impostas pela UE».

Assim, sublinham a sua solidariedade e apoio «a quem defende uma Europa que respeite a soberania dos povos, repudiando o neoliberalismo e o militarismo».

A «assinatura e negociação de acordos comerciais internacionais que visam aprofundar a liberalização da economia, a privatização dos serviços públicos e a desprotecção dos trabalhadores» merece igualmente o repúdio dos subscritores da declaração conjunta.

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