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PSD: eles pensam, mas não na pensão

No Congresso que mais se assemelhou a um comício, dada a existência de câmeras, Luís Montenegro, a pensar nas eleições, prometeu que o PSD iria aumentar as pensões. Nem 48 horas passaram e já tiveram que esclarecer a proposta. 

CréditosAntónio Pedro Santos / Lusa

Durante o fim-de-semana decorreu o congresso do PSD. A palavra «congresso» poderá ser generosa na medida em que o que se assistiu foi a um longo comício que apenas serviu para ganhar alguma atenção mediática, colocar em prática a narrativa bafienta e reacionária do pós-25 de Abril e, como não podia deixar de ser, promover um conjunto de figuras e os seus soundbytes de pouca qualidade. 

O evento foi ainda dado a juras e promessas, mas não as típicas juras de um jovem inocente que com as suas palavras tenta vender um futuro risonho à sua cara-metade. Foram mais juras e promessas de quem, tendo algum descrédito público e num golpe de asa eleitoralista, procura desesperadamente alcançar votos, só que com a convicção de quem não acredita nas próprias palavras. 

O melhor exemplo disso foi a promessa de Luís Montenegro sobre as pensões: «Vamos aumentar, de acordo com a lei, as pensões de uma forma geral, mas vamos também, de forma gradual e até ao final da legislatura, colocar a referência do complemento solidário para idosos nos 820 euros. Isto traduz-se no seguinte: até 2028, o rendimento mínimo garantido dos pensionistas portugueses será de 820 euros», disse o presidente laranja.

A táctica é natural. O PSD foi o partido que promoveu cortes nas pensões ao ponto de tal medida ter sido considerada inconstitucional pelos 13 juízes do Tribunal Constitucional, uma vez que violava o princípio da proteção de confiança. Agora o PSD procura apagar um passado duvidoso com promessas que nunca cumprirá.

Veja-se que o PSD já teve oportunidades, inclusivamente nesta legislatura, para aumentar as pensões. O PCP apresentou uma proposta nesse sentido e o voto dos chamados sociais-democratas não foi no sentido positivo. 

Talvez, como a promessa era ousada, é possível que quando os holofotes se tenham apagado, Luís Montenegro e companhia se tenham apercebido do que foi dito e hoje, lá veio o batalhão social-democrata dar o dito por não dito. O «esclarecimento» mais simbólico foi protagonizado pelo vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa. 

Montenegro falou do aumento das pensões dando premeditadamente a entender que seriam todas as mínimas, mas Leitão Amaro diz agora que «a medida opera sobre o Complemento Solidário para Idosos». Ou seja, será somente para idosos com baixos recursos e aos pensionistas de invalidez que não sejam titulares da Prestação Social para a Inclusão.

Se o PSD já estava com pouco crédito, com pouco crédito ficou. É possível que agora esteja a pensar que será melhor organizar mais uma espécie de Congresso/Comício para tentar voltar a ter alguma credibilidade. 
 

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