|Escola Pública

O ensino presencial é uma prioridade

O ensino presencial em tempos de pandemia torna mais evidente a necessidade de um outro rumo para a Escola Pública, de sobretudo não lhe faltar com o adequado investimento. 

O horário praticado pelos professores é muito superior ao estipulado na lei
Créditos / BancodaSaude

Um corpo docente que urge rejuvenescer, a falta de técnicos e de auxiliares de acção educativa, e turmas sobredimensionadas são algumas das lacunas que a Escola Pública enfrenta e que o surto do novo coronavírus veio evidenciar.

O estafado argumento do corte nas «gorduras» do Estado, que ao longo das últimas décadas serviu de alimento à campanha neoliberal e consequente fragilização de serviços públicos essenciais, e que curiosamente continua a ecoar hoje, depois de meses em que as coisas só não correram pior por causa da intervenção estatal em várias frentes (surpreendentemente, também no apoio a empresas cujo historial permitia aguentar os efeitos do surto epidémico), aqui nos trouxe. 

Apesar de o final do anterior ano lectivo ter a marca do ensino à distância, que penalizou muitas crianças pela falta de meios e de condições para prosseguir a aprendizagem, as evidências somadas nesses meses permitem concluir que será preciso fazer tudo para que o cenário não se repita. 

É preciso, desde logo, criar condições para que as escolas possam funcionar assegurando os padrões de segurança emanados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), e aqui a atenção vai invariavelmente para a necessidade (faltavam 5000, agora faltarão muitos mais) de aumentar o número de auxiliares de acção educativa

Através do reforço destes profissionais, imprescindíveis para o funcionamento dos estabelecimentos escolares, será possível cumprir, desde logo, a desinfecção sistemática dos espaços e o controlo de outras medidas de segurança – critérios que trarão maior segurança à comunidade educativa, nomeadamente aos docentes que integram grupos de risco e que, conhecendo a realidade das escolas até aqui, não sentem a segurança necessária para continuar a leccionar presencialmente. 

Na equação presencial/online não se podem descurar os direitos das crianças e jovens, cuja sanidade mental, em muitos casos, ficou afectada pelo período de confinamento. A conclusão do insuspeito Infarmed reforça a necessidade de as escolas verem finalmente aumentado o número de psicólogos e de outros técnicos especializados. 

A Escola Pública tem que ser capaz de funcionar de forma segura e inclusiva. As aulas presenciais são a melhor forma de atingir esse fim.

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