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O Chega é tão anti-sistema que quer ir para o Governo com o PSD (o tal do sistema)

Tal como seria de esperar, a campanha do Chega não tem uma única ideia para o país, girando apenas em torno da vontade muito grande de ir para o Governo com o PSD. O Chega, que se diz anti-sistema, faz de tudo para se aliar a quem representa o sistema. 

CréditosJosé Sena Goulão / Lusa

Não se esperava muito da campanha do Chega. A criação de polémicas artificiais, a mimetização de tácticas da extrema-direita de outros países, a utilização de jargões populistas sem adesão à realidade, ou a ofensa fácil e gratuita foram praticamente os únicos elementos presentes em toda a campanha. O próprio Chega sabe que não passa disso, mas sabia que podia sempre contar com a projecção da comunicação social dominante. 

A de todos estes elementos, que nem merecem comentário, há um último aspecto de campanha que merece, esse sim, análise. O facto do Chega ter estado a campanha inteira a cortejar o PSD para formar um governo conjunto. É a contradição insanável desse pseudo-partido. 

Há segunda, quarta e sexta-feira, o Chega dizia que PS e PSD eram iguais, mas há terça, quarta e sábado, fez tudo por tudo para forçar o PSD a assumir um compromisso consigo para a formação de um Governo. Significa isto que enquanto o Chega se apresentava como «anti-sistema», dizia simultaneamente que queria formar Governo com um partido que representa o sistema. 

Veja-se que, no passado mês de Dezembro, André Ventura, na visita à feira de Natal no Rossio, disse: «O país vai ter que decidir que alternativa quer: se quer uma alternativa basicamente igual à do PS, vota no PSD». Já no passado mês de Janeiro, em plena convenção, André Ventura afirmou: «Se nós queremos governar, os nossos adversários são o PS e o PSD». 

Nem passado um mês, mudou o discurso. A 13 de Janeiro, numa acção de campanha em Almada, o presidente do Chega, quando questionado sobre um entendimento de Governo com o PSD, considerou uma «questão é lateral», mas afirmou que «em princípio um acordo de governo pressupõe governantes também do Chega».

A mudança de narrativa parecia óbvia, mas eis que hoje, admitindo claramente ao que vem, André Ventura afirmou o seguinte: «o Chega quer convergência; o PSD decidirá se arrasta o país para eleições».

A progressiva mudança nas declarações do Chega são reflexo da sua natureza desonesta, e isso fica cada vez mais evidente. Ao Chega interessa ir para o Governo e para isso é capaz de dizer tudo e o seu contrário. São o anti-sistema mais sistema que existe. Talvez porque tem no PSD a sua origem.

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