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Comunidade escolar não desiste da escola pública

Falta de pessoal e de condições de trabalho, estruturas com amianto e obras paradas são alguns dos problemas que motivam os protestos desta semana em várias escolas do País.

Um aluno passa por uma faixa durante o protesto «Fartos de Blá Blá! Obras Já!» na Escola Secundária de Camões, 7 de Fevereiro de 2018
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Estudantes de várias escolas de Norte a Sul organizam várias acções esta semana em resposta ao apelo lançado pela Associação de Estudantes da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, de Almada.

Os estudantes exigem melhores condições materiais, menos carga horária e o fim dos exames nacionais. Os protestos arrancaram segunda-feira na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto. Ontem foi a vez da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, também no Porto, e hoje na escolas secundárias João de Barros, em Setúbal, na Padrão da Légua, no Porto, e na Camões, em Lisboa.

«Estamos a fazer uma manifestação para ter melhores condições na escola, como mais funcionários, menos filas, menos carga horária e o fim dos exames nacionais para aqueles que não precisam», disse à Lusa, Joana Filipa, de 15 anos, do 10.º ano de escolaridade.

A aluna, que distribuía panfletos pelos colegas, apelava à adesão ao protesto. «Esperamos que participem para a escola perceber que esta é uma manifestação pelos nossos direitos», dizia.

Por sua vez, os alunos da João de Barros protestaram contra a paragem nas obras de requalificação da sua escola. «Estas obras encontram-se suspensas e houve um concurso que ficou deserto, pelo que estamos há dez anos à espera destas intervenções», disse à RTP Maria João Macau, vereadora da Câmara Municipal do Seixal eleita pela CDU, acrescentando que o Ministério da Educação sabe os alunos estão há vários anos a ter aulas em contentores.

Em Padrão da Légua, os alunos protestam contra a sobrecarga horária e a falta de funcionários, exigindo mais investimento e uma remodelação estrutural no Ensino. Em declarações à RTP um estudante frisou que a Educação não deve ser alvo de cortes, «é um direito natural de todo o ser humano». «Tal como dissemos [durante o protesto]‘para a banca vão milhões, para o ensino vão tostões’. Gasta-se muito na banca privada mas para a educação, para a habitação e para a cultura não se vê investimento», disse.

Os estudantes de várias outras escolas dos distritos de Braga, Lisboa e Setúbal vão dinamizar protestos ao longo desta semana.

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