|medidas contra a seca

CNA: tem de ser declarada seca em Trás-os-Montes e Alto Douro

«Pastos secos, armazéns vazios e escassez de água para a rega». Agricultores podem vir a ter de abater animais para não os deixar «à mercê da fome», alerta a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Cavalos pastam nas margens secas da Barragem do Caia, em Elvas. Naquela que é a pior seca em Portugal desde 1931, a barragem tem apenas, ao dia de hoje, 21 de Junho, o primeiro do Verão, 48.39% da capacidade útil total de 190 milhões de metros cúbicos de água.
CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

Numa visita a explorações agrícolas de Mogadouro, no distrito de Bragança, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou ao Ministério da Agricultura o alargamento da declaração de seca à região de Trás-os-Montes e Alto Douro, assim como a todos os territórios onde as consequências da seca para a agricultura já se fazem sentir de forma grave.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, declarou situação de seca em 67 municípios a sul do Tejo, 40% do território nacional, com efeitos retroactivos a 5 de Maio. Não é suficiente, consideram os agricultores. No terreno, é já evidente «o desespero dos agricultores que veem os pastos secos, os armazéns vazios e os animais em vias de não terem o que comer».

«Nesta situação de extrema gravidade, são necessárias ajudas urgentes, capazes de apoiar os produtores que estão a braços com muitas dificuldades»: a declaração de seca em Trás-os-Montes e Alto Douro permitiria que muitos agricultores (que ponderam já abandonar o sector) acedessem, desde já, a apoios indispensáveis para fazer face à situação.

«À falta de pastos e na iminência de se esgotarem, em poucos dias, as reservas de alimentação que estavam armazenadas para o Verão, os agricultores ponderam abater os animais – mesmo que isso implique perdas significativas de rendimento – porque não os podem deixar à mercê da fome», alerta a confederação.

«O Ministério da Agricultura tem de, urgentemente, alargar a situação de seca aos territórios afectados e disponibilizar aos agricultores, de forma célere e desburocratizada», ajudas a fundo perdido para apoiar a alimentação animal, incluindo para a apicultura, «sem prejuízo da adopção de medidas de médio e longo prazos capazes de fazer face às situações de seca cada vez mais frequentes e com consequências mais pesadas para os agricultores».

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