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Agricultores reclamam descida do preço do gasóleo

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que «é cada vez mais difícil produzir, com o gasóleo agrícola a aumentar», e exige que o Governo avance para a regulação do preço dos combustíveis.

Créditos / AgroNegócios

«O preço do gasóleo agrícola, que aumenta consecutivamente desde Maio, voltou a subir esta segunda-feira, contribuindo ainda mais para o estrangulamento financeiro da já muito débil situação dos agricultores, sobretudo das pequenas e médias explorações familiares», critica a CNA, num comunicado.

A estrutura denuncia que o gasóleo agrícola custa hoje mais 55 cêntimos por litro do que em Janeiro de 2021 e que as «dramáticas» consequências da escalada de preços, não apenas dos combustíveis, mas também de outros factores de produção, como adubos, sementes ou alimentos para animais, «provocaram uma acentuada quebra no rendimento da actividade agrícola em 2022 (- 11,7%)». Não bastasse, acrescenta, os agricultores enfrentam «mais um ano terrível de seca, com perdas de produção e aumento de despesas com a alimentação animal», sendo que também o acesso à água é dificultado pelo aumento do preço do gasóleo agrícola (30 cêntimos desde Maio) necessário para a sua captação. 

«Perante a irracional escalada contínua dos preços, a CNA denuncia o escandaloso aumento de lucros milionários das empresas petrolíferas neste período e reclama ao Governo que, de uma vez por todas, tenha coragem política e avance para a regulação do preço dos combustíveis», lê-se na nota.

Além da necessidade de concretizar, de forma urgente e adequada, os apoios excepcionais para os sectores agrícolas afectados pela seca, impõe-se mitigar o aumento dos custos dos factores de produção, designadamente através do apoio ao gasóleo agrícola. Neste sentido, a CNA reclama ao Ministério da Agricultura e ao Governo a adopção de medidas para que os agricultores não paguem pelo gasóleo agrícola mais do que pagavam antes da escalada de preços, em Janeiro de 2021 (0,84 euros por litro). 

A CNA reitera que, sem «medidas estruturais de fundo e sem regulação do mercado», os apoios pontuais, «que muitas vezes deixam a Agricultura Familiar de fora», são «"paliativos" insuficientes» para o sector agrícola de que o país precisa – «saudável, com um futuro longo e promissor, para alimentar as populações e promover a soberania alimentar».

Os agricultores exigem ainda que o Governo implemente, «sem mais demoras», uma lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agro-alimentar, «impedindo que se pague aos agricultores abaixo do que lhes custou produzir». 

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