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Utentes e trabalhadores juntos na defesa dos transportes públicos

«Fartos de promessas e desculpas», utentes e trabalhadores dos transportes públicos de Lisboa juntaram-se na preparação de um comunicado que distribuem hoje e amanhã nos terminais do Metro, Carris e barcos. Iniciativa antecede a concentração da próxima quinta-feira, no Cais do Sodré. 

Os elevados tempos de espera são uma das principais queixas dos utentes
Os elevados tempos de espera são uma das principais queixas dos utentesCréditos

«Durante cinco anos foi sempre para pior: aumentaram preços, reduziram a oferta, baixaram a fiabilidade. Os transportes públicos transformaram-se num caos por culpa de um governo (PSD/CDS) que quis destruir todos os serviços públicos e transformá-los em negociatas à custa dos utentes e do Estado» – é este parágrafo que encabeça as reivindicações de trabalhadores e utentes. O documento começou a ser distribuído hoje, a partir das 8h da manhã, nos terminais dos barcos e da Carris, e junto às estações do Metro do Campo Grande, Entrecampos e Rossio.

Cecília Sales, da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Lisboa, explica que a acção tem o propósito de sensibilizar os utentes para a degradação das condições de trabalho dos profissionais dos transportes que necessariamente se repercutem na qualidade de vida dos utentes, mas também mobilizar para a concentração agendada para a próxima quinta-feira, 22, às 18h, no Cais do Sodré, em Lisboa. Para esta iniciativa convocam-se não apenas utentes mas todos quantos queiram lutar por um sistema público de transportes capaz de assegurar a mobilidade, acessível e de qualidade.

Degradar para depois privatizar

A denúncia dos trabalhadores recai sobre a falta de pessoal e no desinvestimento continuado no sector. «Adiaram-se investimentos que não podiam ser adiados, como o alargamento da Estação de Arroios e a modernização da Linha de Cascais. Desinvestiu-se na manutenção, e é por isso que cada vez há menos barcos e comboios a circular», lê-se no documento. Estações ao abandono e bilhetes «que vão deixar de ser vendidos nas máquinas porque não se tratou a tempo da modernização do sistema», também fazem parte do elenco de críticas.

Os trabalhores responsabilizam o anterior governo pela degradação que, dizem, tinha como objectivo a privatização do sector, mas também apontam o dedo ao executivo de António Costa. Embora salvaguardem que não se está a prosseguir com a mesma política, os trabalhadores criticam as promessas e o adiamento de «soluções urgentes» com a desculpa das «pressões externas».

Comboios parados à espera de peças

Do ponto de vista dos utentes, as reivindicações são semelhantes, acrescendo os efeitos que o continuado desinvestimento tem provocado a quem quer utilizar os transportes públicos. Os elevados tempos de espera e a supressão de carreiras são as denúncias que melhor caracterizam o «caos».  

A contratação de pessoal necessário para repor a oferta de transporte é condição para «devolver qualidade ao sistema». Porém, os utentes recordam no comunicado que «já em Março prometeram 30 novos maquinistas para o Metro, dos 45 que faltam, mas ainda não entrou um e estamos a acabar Setembro!». Insistem que faltam trabalhadores comerciais e na manutenção, mas também na Carris, na Transtejo, na Soflusa, na CP e na EMEF. 

Simultaneamente, alertam que o Orçamento do Estado, «que tem garantido o pagamento de todas as swaps e todas as "dívidas" aos bancos», também pode libertar as «verbas (muito inferiores) necessárias à manutenção e acabar com o escândalo de estarem 18 comboios parados no metro à espera de peças, enquanto os utentes vão ouvindo desculpas sobre atrasos e anúncios de supressões ou circulações reduzidas».

Além das medidas «urgentes e inadiáveis para inverter o rumo de destruição dos transportes públicos», os utentes reclamam a redução dos «custos brutais» que suportam, uma medida que, acreditam, poderá atrair novos utentes para o sistema.

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