Trabalhadores de lojas das várias marcas do grupo têxtil Inditex na Galiza deram sequência, na sexta-feira passada, à campanha de protestos lançada pela Confederação Intersindical Galega (CIG) contra a alteração de horários promovida, de forma unilateral, pela administração do grupo em meados de Maio.
À entrada das lojas da Zara na Corunha e em Compostela e da Bershka em Pontevedra, os trabalhadores concentraram-se para deixar claro que rejeitam as alterações impostas e que foram denunciadas pela CIG junto da Inspecção do Trabalho.
Esta foi a segunda jornada de protestos no âmbito da campanha posta em marcha na Galiza, depois de o grupo têxtil se ter recusado a retirar uma medida que, segundo o próprio patronato, poderá estar vigente ao longo de todo o ano. Perante este cenário, os trabalhadores visados vão continuar a mobilizar-se, afirma a central sindical no seu portal.
A secretária da CIG-Serviços, Transi Fernández, que participou na concentração celebrada em Pontevedra, explicou que, apesar das várias reuniões mantidas com a empresa, a alteração de horários e turnos continua, tendo lembrado que a Inditex modificou no passado dia 18 de Maio, «de forma unilateral e de um dia para o outro, os horários dos funcionários das lojas em todo o Estado».
A medida abrange as trabalhadoras que têm redução de horário de trabalho para assistência a filho menor, o que «representa um ataque directo ao direito de conciliação da vida laboral e familiar» – em muitos casos conquistado por via judicial –, criticou Fernández, acrescentando que o grupo Inditex procedeu à alteração sem especificar quanto tempo ia durar a medida «e acautelando-se bastante para não deixar um registo por escrito, de modo a dificultar eventuais reclamações das afectadas».
Queixa na Inspecção do Trabalho
Desta forma, os trabalhadores do grupo propriedade de Amancio Ortega perdem dias de descanso e a folga de fim-de-semana, «e, em muitos casos, nem sequer poderão gozar o descanso semanal mínimo garantido na lei», revela a CIG.
Assim que teve conhecimento do que se estava a passar, a CIG interpôs uma queixa na Inspecção do Trabalho, que convocou as partes para uma reunião em que a empresa insistiu no acordo alcançado e assinado com as centrais sindicais CCOO e UGT a nível estatal, e defendeu que age «pelo bem das trabalhadoras» e «para garantir a sua saúde».
No entanto, acusa a CIG, aquilo que o patronato pretende é «poupar dinheiro», evitando contratar trabalhadores para fazer frente a situações como baixas e férias, e não respeitando os dias de descanso dos trabalhadores, durante a semana e aos sábados. A única coisa que a empresa aceitou foi não alterar as férias de Verão, que ficam como até agora.
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