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Presença de Fidel Castro no Vietname evocada em Guantánamo

Os laços de amizade que unem Cuba ao Vietname foram reforçados com a visita de Fidel ao país asiático em Setembro de 1973, como sublinha a obra agora apresentada do jornalista José Llamo Camejo.

Apesar dos riscos que isso implicava, Fidel Castro fez questão de visitar territórios recentemente libertados no Vietname em Setembro de 1973
Créditos / Diário Liberdade

A apresentação em Guantánamo, esta terça-feira, do livro Fidel. Un guerrillero antillano en el paralelo 17 é uma de muitas iniciativas relacionadas com o Dia da Imprensa Cubana, que se assinala dia 14 de Março, mas cujo programa de celebrações «oficiais» incluirá, ao longo dos próximos dez dias, exposições, debates, publicações, entregas de prémios e outras actividades, segundo revelou a Unión de Periodistas de Cuba (UPEC).

O texto, da autoria do jornalista José Llamo Camejo, recolhe em 14 relatos, distribuídos por oito capítulos, e 45 fotografias os testemunhos do acontecimento histórico que foi a única visita de um chefe de Estado estrangeiro ao Vietname na fase final da guerra contra os invasores norte-americanos e seus aliados.

Os episódios narrados referem-se à estadia de Fidel nas províncias de Quang Binh (Vietname do Norte) e Quang Tri (Vietname do Sul), entre 12 e 17 de Setembro de 1973, e resultam da recolha de informação levada a cabo pelo jornalista cubano ao longo de nove dias, em 2017, no país do Sudeste Asiático, informa a Prensa Latina.

A obra ontem apresentada em Guantánamo foi publicada em 2018, com o patrocínio de La Voz de Vietnam, por ocasião do 45.º aniversário da visita do líder da Revolução cubana a zonas recém-libertadas do país asiático. Nela, o jornalista apresenta perspectivas originais da visita, a partir de encontros que manteve com «heróis da guerra, choferes, tradutores, fotógrafos, pessoal da segurança e pessoas comuns que tiveram oportunidade de saudar o histórico Comandante-em-Chefe».

Coragem do povo vietnamita e de Fidel Castro

No diálogo que ontem estabeleceu com órgãos de comunicação locais, Llamo Camejo realçou «a profunda impressão que lhe causou o esforço levado a cabo pelos vietnamitas para vencer o desafio de proteger o Comandante em circunstâncias tão perigosas, as tensões que tal desafio gerou», bem como as razões pelas quais «o inimigo não conseguiu cheirar Fidel quando este lhe tocou o nariz naquele cenário de guerra», disse, citado pela Prensa Latina.


O escritor e jornalista explicou que, «conscientes do perigo que representava para Fidel aparecer num território cheio de minas, sob ataques constantes do inimigo e com a ameaça adicional de um ciclone», os responsáveis vietnamitas tentaram demovê-lo de ir à zona de guerra, mas Fidel «não vacilou em expressar que, se não ia ao Sul [a província de Quang Tri, território recentemente libertado], a sua visita não teria sentido».

Llamo Camejo sublinhou o quão emocionante foi a sua experiência, que lhe permitiu conhecer mais a fundo «a coragem do povo vietnamita e a audácia e o humanismo de Fidel», que esteve a apenas dois quilómetros das posições inimigas, num território repleto das minas anti-pessoais do Exército dos EUA.

A apresentação, em Guantánamo, de Fidel. Un guerrillero antillano en el paralelo 17 serviu para inaugurar na província do Oriente cubano as actividades relacionadas com o Dia da Imprensa Cubana, instituído a propósito da fundação, por José Martí, do periódico Patria, cujo primeiro número foi publicado a 14 de Março de 1892.

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