O anúncio do reatamento das relações diplomáticas «ao mais alto nível para fortalecer os laços históricos bilaterais e consolidar as pontes que unem a América Latina ao continente africano» foi feito na quinta-feira e coincidiu com a visita ao Peru do ministro saarauí dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Salem Uld Salek.
Recebido pelo presidente da República do Peru, o diplomata saarauí entregou a Pedro Castillo uma mensagem do seu homólogo saarauí, Brahim Gali, refere o Sahara Press Service, acrescentando que Salek também se reuniu com o seu homólogo peruano, Óscar Maúrtua, para abordar as relações bilaterais e temas de interesse comum.
O secretário-geral do partido Perú Libre, Vladimir Cerrón, congratulou-se com este passo, que normaliza relações estabelecidas em 1987 e rompidas em 1996 pelo governo de Alberto Fujimori.
Um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Peru sublinha que o restabelecimento das relações diplomáticas está inspirado «nos princípios e propósitos da Carta da Organização das Nações Unidas e em conformidade com aquilo que estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas».
O diário conservador El Comercio criticou a medida, tendo afirmado que a Embaixada de Marrocos em Lima a encara como um «erro que deve ser reparado».
Por seu lado, a Comissão de Relações Externas do Congresso, que é presidida por Ernesto Bustamante (Fuerza Popular, de direita), afirmou numa nota que «este inusitado, súbito e não anunciado acto de reconhecimento põe em grave e desnecessário risco a estabilidade das relações do Peru com os reinos de Marrocos e Espanha».
Mais ainda, convocou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Óscar Maúrtua, a comparecer no Parlamento com carácter de urgência, dia 13, para explicar a decisão, informa a agência AP.
No comunicado conjunto emitido dia 9 em Lima e Bir Lehlu, afirma-se: «Os governos da República do Peru e da RASD reafirmam o seu respeito pelo direito internacional e pelo princípio da livre determinação dos povos, em conformidade com o princípio da igualdade jurídica dos estados como base do respeito pela soberania nacional, a paz, a segurança e a cooperação nas relações internacionais.»
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