|armas nucleares

Lembrar Hiroxima e Nagasáqui para que o horror jamais se repita

Quando passam 77 anos sobre os bombardeamentos nucleares norte-americanos das duas cidades japonesas, é imperioso lembrar o crime e as suas circunstâncias, reafirmando a luta pela paz.

Hiroxima arrasada pela bomba atómica lançada a 6 de Agosto de 1945
Hiroxima arrasada pela bomba atómica lançada a 6 de Agosto de 1945 Créditosmegacurioso.com.br

Os horrores da Segunda Guerra Mundial devem continuar vivos na memória dos povos, neles se incluindo o holocausto cometido pelos nazis alemães e os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – ocorridos a 6 e 9 de Agosto de 1945.

A dimensão do crime nuclear fica também patente no número de vítimas e na brutalidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos, sendo que, entre os sobreviventes e os seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação.

Para justificar o crime cometido, os EUA alegaram a necessidade de derrotar o Japão e pôr fim à Segunda Guerra Mundial. No entanto, em Agosto de 1945, o militarismo japonês estava à beira da derrota, pelo que a utilização da arma atómica pelos Estados Unidos, único país que na altura a detinha, representou uma afirmação de força do imperialismo norte-americano e da sua ambição de hegemonia, uma expressão extrema da natureza militarista e agressiva do imperialismo, visando em particular a URSS.

Alertas para hoje e amanhã

A necessidade de evocar o lançamento, pelos EUA, da bomba atómica sobre as cidades japonesas e de apreender o seu significado, não o deixando falsificar, ganha uma importância acrescida num momento em que o imperialismo promove a tensão nas relações internacionais, que têm expressão na escalada de guerra e de confrontação em várias regiões do mundo, como na Europa, no Médio Oriente ou na Ásia-Pacífico.

É o próprio destino da Humanidade que corre enormes perigos, num contexto marcado, já desde o desaparecimento do importante contrapeso que os países da área socialista representavam, pelo aumento das despesas militares, a produção de armas mais e mais sofisticadas, o abandono de acordos internacionais de desarmamento, também no âmbito nuclear, o reforço e o alargamento da NATO, o desrespeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, os sucessivos actos de ingerência e guerras de agressão, por parte do imperialismo, contra diversos países.

Grandes grupos económicos estão a facturar

O incitamento à guerra e as sanções impostas por EUA, União Europeia e NATO estão a arrastar o mundo para uma situação social e económica de dimensões graves e preocupantes, em que se aprofunda a exploração dos trabalhadores, o ataque às condições de vida das populações, aumentam de forma vertiginosa os preços dos alimentos e da energia, a especulação não tem freio – com os grandes grupos económicos e financeiros a acumularem gigantescos aumentos de lucros.

Torna-se evidente que a luta contra o militarismo e o imperialismo anda de mãos dadas com a luta contra a exploração e pela defesa dos direitos económicos e sociais dos trabalhadores.

Respeitar a Constituição

O Estado português tem uma excelente arma ao seu dispor para promover a paz – a Constituição da República Portuguesa, que o obriga a uma política de paz e cooperação, que passa pela dissolução dos blocos político-militares, pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, nele se incluindo a abolição das armas nucleares e outras armas de destruição massiva.

No entanto, pela mão de sucessivos governos de PS, PSD e CDS, a política externa e de defesa de Portugal não só tem comprometido a soberania e independência nacionais, como envolve o país na estratégia militarista agressiva do imperialismo.

O Tratado de Proibição de Armas Nucleares foi aprovado há cinco anos no âmbito da Organização das Nações Unidas, mas o Governo português continua a recusar-se a subscrevê-lo.

A propósito de Hiroxima e Nagasáqui ou noutros contextos, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) não se tem cansado de insistir para que Portugal assine, ratifique e promova esse tratado, alertando para o presente e para o futuro da Humanidade.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui