Procuradores federais norte-americanos apresentaram, num tribunal do Distrito de Columbia, um processo civil de confisco da gasolina que segue em quatro navios iranianos com destino ao país sul-americano, que enfrenta dificuldades de abastecimento devido às medidas coercivas e unilaterais que lhe são impostas pelos Estados Unidos.
A acção, apresentada esta semana, visa travar a entrega da gasolina iraniana nos navios Bella e Bering, com bandeira da Libéria, no Pandi e no Luna, revela a PressTV com base numa notícia divulgada pelo Wall Street Journal.
A mesma fonte indica que o procedimento visa igualmente impedir futuras entregas de combustível iraniano à Venezuela, bem como travar o fluxo de receitas que o Irão obtém com a venda de petróleo.
Uma nota ontem publicada pelo Departamento da Justiça dos EUA dá conta de que, na sequência da acção, o juiz James E. Boasberg emitiu um mandato em que decreta o confisco da gasolina a bordo dos quatro navios.
O processo, entendido pelo Irão como uma nova artimanha de Washington para atingir ambos os países e dar sequência à política de estrangulamento económico e financeiro imposta pela Casa Branca a Caracas e Teerão, alega que os lucros dos carregamentos apoiam uma «vasto leque de actividades nefastas», que vão da proliferação de armas de destruição massiva ao apoio ao terrorismo e a abusos variados dos direitos humanos – que, como há muito se sabe, são sempre os inimigos de Washington que cometem, nunca a «América».
Outra frota a chegar
Este conjunto de quatro navios segue-se a outra frota iraniana de cinco, carregada com 1,53 milhões de barris de gasolina e aditivos para processar combustível, que esta semana tem estado a chegar à Venezuela.
O Faxon (o quarto de cinco) já entrou em águas venezuelanas, sendo escoltado pelas Forças Armadas venezuelanas até ao seu destino, tal como ocorreu com os três navios anteriores, que começaram a descarregarar o combustível em vários portos e refinarias.
Mal os navios iranianos chegaram, o governo venezuelano começou a preparar a distribuição do combustível importado entre os cidadãos, que, graças às sanções ilegais norte-americanas, se vêem confrontados com longas filas e com os preços inflacionados do mercado negro, refere a PressTV, num país que mantém os preços congelados há duas décadas e tem a gasolina mais barata do mundo.
Talvez por isso a etiqueta #GraciasIran (obrigado, Irão) se tenha tornado a mais usada no Twitter na Venezuela. Com a chegada dos petroleiros iranianos, os venezuelanos encheram a rede social de expressões de agradecimento a Teerão, destaca a PressTV.
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