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Cimeira dos Não-Alinhados, «enorme êxito da diplomacia bolivariana»

A XVII Cimeira do Movimento dos Países Não-Alinhados (MPNA) foi um «êxito total do legado diplomático do comandante Hugo Chávez», destacou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no último dia do encontro.

Trabalhos da XVII Cimeira dos Países Não-Alinhados, no Centro de Convenções Hugo Chávez (Ilha Margarita, Venezuela)
Trabalhos da XVII Cimeira dos Países Não-Alinhados, no Centro de Convenções Hugo Chávez (Ilha Margarita, Venezuela)Créditosdefrentebarinas.info

Numa conferência de imprensa realizada no dia de encerramento da cimeira, Nicolás Maduro afirmou que o encontro, que teve início no dia 13 e se prolongou até ontem na Ilha Margarita (estado venezuelano de Nova Esparta), constituiu «um enorme êxito da diplomacia bolivariana», tendo sublinhado o completo empenho do seu país «em prol dos interesses e da revitalização do MPNA».

Agradecendo a todos os governos e povos que se fizeram representar na Ilha Margarita, Nicolás Maduro, mostrou-se bastante crítico para com a oposição venezuelana e a direita internacional, por terem procurado desestabilizar o país e levar à suspensão da cimeira.

«Fizeram de tudo para sabotar a cimeira e não conseguiram», disse, acrescentando: «Faremos valer o nosso direito a viver em paz, levando o brilho da nossa diplomacia bolivariana a todo o mundo», refere a Prensa Latina.

Cimeira de chefes de Estado e de Governo

Nos últimos dois dias, o Centro de Convenções Hugo Chávez foi palco de um encontro de alto nível, que contou com as intervenções de diversos chefes de Estado e de Governo. O presidente iraniano Hasan Rohani passou a presidência do Movimento dos Países Não-Alinhados ao seu homólogo venezuelano, que a irá exercer nos próximos três anos.

No seu discurso, Rohani alertou para o contexto em que a cimeira teve lugar, um momento em que a paz, «em todas as suas dimensões, está em risco e sob ameaça no mundo inteiro». Por seu lado, Maduro garantiu que a presidência da Venezuela será «usada com firmeza e lealdade em defesa da causa dos povos» que integram o movimento, noticia a TeleSur.

Novos instrumentos do capitalismo

Já o presidente da Bolívia, Evo Morales, salientou que os instrumentos do capitalismo são, agora, os golpes parlamentares e judiciais contra governos anti-imperialistas e anti-capitalistas. «A conspiração é permanente», acrescentou, aludindo ao caso recente de Dilma Rousseff no Brasil.

Por seu lado, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou: «É curioso que sejam apenas os países progressistas da região a sofrer estes ataques e novas formas de desestabilização. Chamam-nos autoritários e ditadores unicamente porque não seguimos as linhas que no Norte nos querem impor».

Pelo fim do bloqueio a Cuba

Na sua intervenção, o presidente Raúl Castro afirmou que Cuba «irá continuar a reclamar o levantamento do bloqueio económico e comercial e financeiro que tantos danos nos causa» e «continuará a exigir que se devolva à soberania cubana o território ilegalmente ocupado pela base naval dos Estados Unidos de Guantánamo».

DECLARAÇÃO DE MARGARITA

Na sessão de encerramento da XVII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo do Movimento dos Países Não-Alinhados foi aprovado um documento ou declaração final, que, como foi explicado pelo presidente Maduro na conferência de imprensa referida, funciona como «uma agenda renovada, na qual há 21 pontos ou linhas de trabalho».

Para o mandatário venezuelano, trata-se de um «documento histórico», com «uma força e um poder gigantescos na democratização e construção de um mundo onde os países possam viver em paz e estabilidade», informa a Prensa Latina.

Entre os temas que os membros do Movimento de Países Não-Alinhados se propõem abordar de forma decidida estão matérias relativas à paz, ao desenvolvimento social e económico, aos direitos humanos e à cooperação internacional.

Juntos, pretendem alcançar objectivos e afirmam princípios como: consolidação e revitalização do movimento; consolidação da ordem internacional, por via da defesa da solução pacífica e do direito internacional para os conflitos, da afirmação da paz, da soberania dos estados e da não-ingerência; direito à autodeterminação de todos os povos; redobrar esforços em prol do desarmamento e de um mundo livre de armas nucleares; promoção e defesa de todos os direitos humanos; oposição à aplicação de sanções unilaterais; consideração do terrorismo como uma das mais graves ameaças à paz e segurança internacionais; reafirmação da ocupação dos territórios palestinianos como um dos factores de desestabilização do Médio Oriente, denúncia das violações dos direitos a que o povo palestiniano é submetido por Israel e exortação às partes para que dialoguem.

Os membros do MPNA defendem ainda: reforma da Organização das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança, de modo a torná-lo um organismo mais democrático, responsável, universal e representativo; desenvolvimento sustentável, tendo como meta a plena aplicação do Programa 2030 e encarando a erradicação da pobreza e da fome como o maior dos desafios; promoção da educação, da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento; cooperação Sul-Sul como elemento determinante na cooperação internacional; reconhecimento do contributo histórico da migração internacional para as nações; uma nova ordem da informação e da comunicação.

Por uma outra comunicação social

Sobre o último ponto da declaração, o presidente Nicolás Maduro disse, em declarações exclusivas à Prensa Latina, que os membros do MPNA sentem a profunda necessidade de estratégias de comunicação e de informação que estejam arreigadas nos processos históricos e culturais dos povos, ou seja, de abrir janelas sobre a realidade dos 120 países-membros, as suas lutas e objectivos comuns.

Neste ponto, os países mostram-se bastante preocupados com a utilização da comunicação social como instrumentos de propaganda hostil contra os países em desenvolvimento, com o propósito de derrubar os seus governos, e ressaltaram a importância de criar meios de comunicação alternativos, livres, plurais e responsáveis.

Maduro considera que isto é fundamental para fazer frente às campanhas mediáticas crescentes, que mentem sobre a realidade da Venezuela e de outros países do Sul. A este título, recordou a invasão de um país do Médio Oriente – o Iraque, em 2003 –, assente numa enxurrada de mentiras propagadas pela comunicação social dominante, grandes transnacionais da comunicação que justificaram a invasão com pretextos que ninguém pôde demonstrar.

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