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Durão, a guerra e o dinheiro

Não esquecemos que foi o governo de Durão Barroso que aprovou o alargamento do período experimental, a duplicação do prazo dos contratos a termo certo ou a restrição à actividade sindical.

Foi há 13 anos que as bombas começaram a cair sobre Bagdad e as tropas lideradas pelo exército norte-americano entraram pelo Iraque dentro. O objectivo declarado era retirar Saddam Hussein do poder e encontrar o esconderijo do seu arsenal de destruição em massa. 13 anos depois Saddam foi condenado e executado, mas das tais armas que representavam um perigo para todo o mundo nem rasto.

O plano tinha sido cozinhado previamente com base em informações falsas, como tantos diziam na altura – a começar em Hans Blix, o homem que liderou cerca de 700 inspecções sem nunca encontrar as tais armas. Na última semana, um relatório encomendado pelo governo britânico confirmou que as informações não só eram falsas, como foram deliberamente adulteradas para confirmar a teoria que justificou a guerra.

Na fotografia da decisão teve lugar de destaque José Manuel Durão Barroso, primeiro-ministro de Portugal à época.

Por isso, não esquecemos que Durão Barroso foi corresponsável por uma guerra que foi justificada com falsos pressupostos e cujos efeitos perduram até hoje, de que são exemplo os recentes atentados em Bagdad.

Nem nos esquecemos que foi o seu governo que aprovou o Código do Trabalho de 2003, que abriu caminho ao alargamento do período experimental, à duplicação do prazo dos contratos a termo certo ou à redução do pagamento do trabalho extraordinário.

Tampouco nos esquecemos dos seus dez anos na presidência da Comissão Europeia, em que foi tecida parte da teia de tratados em que hoje se sustenta quem ameaça Portugal com sanções.

E a recompensa chegou, Durão Barroso é a nova contratação da Goldman Sachs. É a última permuta entre as instituições europeias e o gigante da finança, depois de Peter Sutherland, seu antecessor no cargo que agora ocupa e ex-comissário europeu, Carlos Moedas, que fez o caminho inverso, ou Mario Draghi, que depois de passar pela Goldman Sachs é presidente do Banco Central Europeu.

Mas ainda que, a julgar pelos casos recentes, não lhe venham a ser pedidas contas pela transferência milionária, Durão vai ser ouvido no Parlamento português para explicar porque arrastou o nosso país para uma guerra ilegal e injustificada, até pelos padrões da insuspeita comissão que redigiu o «relatório Chilcot».

Se os tratados não prevêm que Durão Barroso tenha de prestar contas na União Europeia, em Portugal a Assembleia da República fá-lo.

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