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Trabalhar «Do Nascer ao Pôr do Sol»

A exposição, do fotógrafo Pedro Soares, explora os acontecimentos ocorridos em 1962, na Herdade de Palma, na luta pelas 8 horas de trabalho. Inauguração dia 24, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal.

CréditosPedro Soares

A 1 de Maio de 1962 começou um processo de luta que levou dezenas de milhares de trabalhadores agrícolas a entrar em greve, em luta pelo consagrar das oito horas de trabalho diárias, dando a machadada final na bárbara prática da laboração de sol a sol. Na Herdade da Palma, uma imensa exploração agrícola detida pela família Posser (que ainda hoje é a proprietária), a acção grevista arranca logo no primeiro dia, provocando uma brutal repressão que resulta em dezenas de detenções e ferozes espancamentos.

«Custou muito trabalho, prisões, espancamentos, mas os trabalhadores venceram», lembrou, anos mais tarde, já libertos do fascismo, António Gervásio, na biografia O Alentejo e a Luta Clandestina – António Gervásio, um Militante Comunista, de Luís Godinho. A partir desse momento, os trabalhadores forçaram a mão dos latifundiários e implementou as jornadas de oito horas.

A mostra «Do Nascer ao Pôr do Sol», refere nota de imprensa, «traz à tona momentos de alegria, dor, resistência e triunfo» desses meses, captados pelo fotógrafo Pedro Soares. Através dos acontecimentos ocorridos na Herdade da Palma, em que 28 trabalhadores acabam mesmo por ser entregues à PIDE (incluíndo Manuel Díonisio, de 80 anos), a exposição ambiciona dinamizar uma reflecção «sobre a resiliência do povo português e a importância de preservar e honrar sua história».

A exposição, patente a partir do dia 24 de Fevereiro, 17h, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS), foi organizada com a parceria do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), estando integrada nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e na programação dedicada às mulheres e a sua luta, programa que o museu apelidou MAEDS Mulher.

Para além do trabalho de Pedro Soares, a mostra inclui testemunhos áudio recolhidos por Augusto Flor, com a sonoplastia de Ivo Reis, e a exibição da curta Quem viu morrer Catarina, não perdoa a quem matou, sobre Catarina Eufémia, a trabalhadora agrícola assassinada num protesto em 1954, realizada por Math is Good Studios. «Para reforçar o peso da luta destes trabalhadores por melhores condições de trabalho, e em particular das mulheres», a exposição contará ainda com um momento musical interpretado pelo grupo E-VOX.

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