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Ajuste de contas!

O livro de Cavaco Silva, mais do que um desfilar de memórias, é um ajuste de contas, nomeadamente com os promotores da solução política actual e os que a ela não se opõem, e a que parece mesmo não escapar o actual Presidente da República.

Menos de um ano depois de deixar Belém, Cavaco Silva apresenta as suas memórias em livro e exibe todo o seu ressabiamento face à solução política encontrada após as últimas eleições legislativas. Uma solução, qual espinha encravada na garganta, que o então Presidente da República procurou de todas as formas evitar, chegando mesmo a empossar um governo de direita liderado por Passos Coelho na expectativa de que o milagre ainda fosse possível.

De facto, ao afirmar «que não existe na Europa, nem tão-pouco no mundo, qualquer país que seja desenvolvido e que registe um caminho de sucesso tendo partidos da extrema-esquerda a determinar a condição da política económica», Cavaco Silva choca com a realidade que este novo quadro político, com todas as suas limitações, mostra à evidência: não estamos condenados às inevitabilidades da política de direita e às malfeitorias que dela resultaram para a maioria dos portugueses e para o nosso país.

Para Cavaco Silva, caminho de sucesso é o ter feito parte da equipa de vendedores do património nacional, que alienou empresas estratégicas e que é responsável pela fuga de dezenas de milhões de euros de lucros dessas empresas para o estrangeiro. O seu sinónimo de desenvolvimento é a liquidação da economia, das pescas e da agricultura.

As consequências do seu sucesso político estão à vista. Portugal enfrenta um dos períodos mais difíceis da sua história recente, resultado de um rumo de desastre, de abdicação da soberania nacional, de subordinação das decisões políticas aos interesses dos grupos económicos e financeiros, resultado das opções políticas de direita que conduziram a economia do País à estagnação, ao brutal agravamento do desemprego, ao aumento da pobreza e da exclusão social.

Cavaco Silva, que enquanto primeiro-ministro e Presidente sempre colocou os interesses dos grupos financeiros à frente dos interesses do País, fala de extremismo e radicalismo. Mas haverá maior extremismo e radicalismo do que a sua prática política, que conduziu à tentativa de liquidação de Portugal como nação soberana e independente e à imposição de brutais sacrifícios ao povo português, em favor de gestões fraudulentas e criminosas e de lucros brutais?

E, agora que dedicou este primeiro livro aos seus ódios de estimação, ficamos na expectativa de que no próximo volume não se esqueça de falar dos seus amigos e dos seus negócios, e do BPN...

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