«Por se realizar num ano em que as dificuldades se agravaram, o 9.º Congresso da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reveste-se de particular importância», afirma, em comunicado, a organização. Por isso mesmo o congresso de amanhã adoptou o lema: «Concretizar o Estatuto, Defender a Agricultura Familiar, Lutar pela Soberania Alimentar».
A agricultura, particularmente a familiar e de pequena dimensão, encontra-se no meio de uma tempestade perfeita, forçada a gerir, com todas as responsabilidades e nenhuns apoios, «as consequências da pandemia de Covid-19, as subidas brutais dos custos de produção, a seca, a instabilidade dos mercados internacionais, a falta de concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, os prejuízos causados por animais selvagens e fenómenos extremos e a aplicação da nova Política Agrícola Comum».
O abandono a que os trabalhadores do sector foram votados, preteridos em relação às grandes empresas e à prática da cultura intensiva, é responsável por, entre 1989 e 2019, ter levado mais de 900 mil pessoas a abandonar a Agricultura, fazendo de Portugal o 5.º país da União Europeia com menor percentagem de trabalhadores agrícolas por 100 mil habitantes (de acordo com dados da Pordata).
Amanhã, no Pavilhão Multiusos de Viseu, a partir das 9h30, começarão a ser apresentadas um conjunto de propostas para melhores políticas para a agricultura, «em particular para a Agricultura Familiar, para defender a produção nacional e os rendimentos dos agricultores, pela Soberania Alimentar do país e por um Mundo Rural vivo».
O 9º Congresso da CNA contará ainda com a presença das organizações camponesas europeias filiadas na Coordenadora Europeia Via Campesina (ECVC), da qual a CNA é membro, e que está a realizar, em simultâneo, a sua Assembleia Geral em Viseu, entre os dias 4 e 7 de Novembro.
Este é, considera a CNA, «um importante momento de demonstração de força, solidariedade e esperança do movimento camponês na construção da Soberania Alimentar dos povos».
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