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Governo quer «combater» a especulação dos preços com… um selo

Num debate de urgência requerido pelo PCP sobre a especulação de preços de bens essenciais e as medidas a travar, o Governo foi parco nas respostas e como grande solução apresenta um selo nos «produtos que tiverem um preço justo». 

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

A urgência do debate espelhava a urgência necessária para a resolução dos problemas. Nos últimos dias têm-se assistido a acções da ASEA em vários supermercados de modo a fiscalizar os preços praticados e os processos-crime instaurados aos supermercados confirmam o aproveitamento dos grandes grupos económicos. A pretexto da guerra e da inflação as práticas têm sido no sentido de inflacionar os preços de modo a alargar as margens brutas de lucro. 

Se em muitos debates as diferenças são bem vincadas, este é um desses. À direita, IL, PSD e Chega colocaram-se do lado das grandes empresas, na defesa das suas práticas especulativas e viraram acusaram o Estado de asfixiar as empresas que lucram milhões. O alinhamento com os grandes grupos económicos era tal que o Chega, chegou a usar o mesmo tipo de argumentos que Claudia Azevedo usou na vitimização endereçada aos trabalhadores e disse haver «uma campanha».

A Iniciativa Liberal limitou-se a ter intervenções ofensivas para quem passa dificuldades. Carlos Guimarães Pinto, procurando de forma ineficaz explorar uma possível impossibilidade de regular preços, trouxe para o debate o preço das ervilhas. Entre vários preços ditos, acabou por dizer que as pessoas que não têm dinheiro podem muito bem comprar as mais baratas e que isso seria um bom exemplo da forma como o mercado funciona.    

A piada da tarde vai para o modelo de actuação do Governo do PS. Na ausência da ministra da Agricultura, algo lamentado pelo deputado do PCP, João Dias, dada a vontade da ministra em falar aos órgãos de comunicação social, o Governo fez-se representar pelo Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda. Na sua intervenção, o secretário de Estado disse que o Governo reconhecia a existência de um problema, dizendo que a inflação no final do ano passado era 8,6%, abaixo da média da UE, mas quando olhamos para a inflação dos bens alimentares, este valor ultrapassa os 21%. 

Nuno Fazenda chega a dizer que «Portugal é dos países da europa com preços mais caros dos bens alimentares», mas quando o necessário seria desenvolver acções concretas para contrariar o diagnóstico feito, nada surgiu. Foi falando de uma acção no terreno por via da ASAE, foram mencionados apoios às famílias e às empresas, mas de real combate à especulação nada foi dito além de um selo para afixar nos produtos alimentares que tenham um preço justo.

Contrariando as narrativas reveladoras dos compromissos, João Dias do PCP procurou sempre combater o cenário catastrofista que a direita pinta com a possível escassez de alimento caso fossem definidos tectos para os preços, dando o exemplo da gasolina na Região Autónoma da Madeira ou os medicamentos. Além disso, relembro que eliminar imposto não faz com que o preço desça, tal como se viu com a eliminação do ISP nos combustíveis. 

O comunista procurou ainda ilustrar as dificuldades com que as famílias estão confrontadas, dando o exemplo da alface frisada que nos supermercados está a 2,99€ e no productor está a 0,78 cêntimos, o exemplo dos brócolos que nos supermercados estão 2,29€ e no productor estão a 1,19€, ou o exemplo da cenoura que nos supermercados está a 1,39€ e  no productor 0,60€. Na sua última ronda, dada a contínua ausência de respostas por parte do secretário de Estado, o deputado comunista foi obrigado a concluir que «o PS não está disponível para resolver os problemas do país». 

 

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