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|Itália

Luta contra a criminalização da actividade sindical em Itália

Milhares de pessoas mobilizaram-se em Piacenza, este sábado, para exigir a libertação imediata de oito sindicalistas de USB e Si Cobas, e denunciar o «teorema sindicalizado = delinquente».

Créditos / USB

A manifestação nacional deste sábado, que decorreu sob o lema «As lutas dos trabalhadores não se processam», é uma de várias que se seguiram, no país transalpino, à detenção de oito dirigentes e activistas sindicais da Unione Sindicale de Base (USB) e Si Cobas, no sector da logística, por ordem do Ministério Público de Piacenza (Emília-Romanha).

Além disso, foram ainda acusados dezenas de trabalhadores, explica no seu portal a USB, afirmando que, num processo de 350 páginas, o Ministério Público elenca uma «lista interminável de "factos criminosos", como piquetes, greves, ocupações de armazéns, plenários, etc.»

Naquilo que os sindicatos classificam como a construção de um «teorema judiciário», a luta pelos direitos dos trabalhadores levada a cabo, ao longo dos anos, por dirigentes e activistas sindicais em armazéns de empresas como GLS, Amazon, FedEx-TNT, IKEA, Leroy Merlin passa a ser criminalizada.

As manifestações de repúdio pela acção do Ministério Público em Piacenza sucedem-se desde dia 20 / USB

Em Piacenza, juntaram-se milhares de trabalhadores, estudantes e activistas sindicais provenientes de vários pontos do país. No início da marcha, um dirigente sindical deixou claro o que está em causa: «Jamais serão capazes de atirar para o lixo, com um golpe da magistratura, uma década de lutas que alteraram a história deste país, a partir deste território, Piacenza. Um território onde as organizações sindicais trouxeram direitos aos trabalhadores que lhes eram negados pelo patronato e os sindicatos cúmplices.»

«Não seremos travados por um Estado que teme os que sabem organizar os trabalhadores e gastam a vida a lutar pelos direitos deles», clamou, citado pelo portal piacenza24.eu.

A luta dos trabalhadores não é um crime

No passado dia 20, logo após as detenções, vários sindicatos organizaram uma greve nacional no sector da logística. Partidos políticos progressistas e de esquerda, organizações juvenis, movimentos sociais mobilizaram-se em cidades como Roma, Génova, Milão, Turim, Piacenza, Nápoles para exigir a libertação imediata dos dirigentes sindicais, que se encontram em prisão domiciliária.

Numa declaração citada pelo Peoples Dispatch, o Potere al Popolo denunciou que o Ministério Público persegue os sindicatos «por terem defendido os direitos dos trabalhadores, por terem criado instrumentos de organização e, sobretudo, por terem vencido. Graças às lutas sindicais, as vidas de muitos trabalhadores, muitas vezes tratados como escravos, melhoraram».

A FSM condenou «inequivocamente os ataques inaceitáveis aos sindicalistas em Itália» / USB

Por seu lado, a Frente da Juventude Comunista (FGC) disse que «a mensagem é clara. Organizar-se num sindicato para melhorar as próprias condições de vida e de trabalho não é um crime».

Também a Federação Sindical Mundial (FSM) emitiu uma declaração, dia 20, de «condenação inequívoca contra os ataques inaceitáveis aos sindicalistas em Itália».

«É evidente que as lutas militantes dos sindicatos de classe incomodam a burguesia, o seu Estado e os seus representantes policiais, que violam descaradamente qualquer noção e conceito de direitos e liberdades sindicais e democráticas», afirma a FSM numa nota em que apela aos seus filiados para que «se ponham do lado dos sindicalistas italianos».

A FSM sublinha que «os trabalhadores italianos não estão sozinhos» e que «as tentativas de vergar os sindicatos combativos são vãs».

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