(function(i,s,o,g,r,a,m){i['GoogleAnalyticsObject']=r;i[r]=i[r]||function(){ (i[r].q=i[r].q||[]).push(arguments)},i[r].l=1*new Date();a=s.createElement(o), m=s.getElementsByTagName(o)[0];a.async=1;a.src=g;m.parentNode.insertBefore(a,m) })(window,document,'script','https://www.google-analytics.com/analytics.js','ga'); ga('create', 'UA-77129967-1', 'auto'); ga('require', 'GTM-NLPH4K8'); ga('send', 'pageview');

Siga-nos

|Bangladesh

Bangladesh: muita luta para 50 cêntimos para os trabalhadores do chá

Os trabalhadores da apanha do chá dizem que 1,78 euro por dia é muito pouco para as despesas diárias e acusam o sindicato de se ter posto a jeito de patrões e governo. Pediam mais de 3 euros.

Créditos / Newsclick

Os trabalhadores do chá no Bangladesh estão a regressar ao trabalho, insatisfeitos, depois de o governo de Sheikh Hasina ter decidido aumentar os seus salários no valor de 50 takas (52 cêntimos) por dia. Ao fim de três semanas de luta, iniciada no passado dia 9, o salário diário de um trabalhador da recolha do chá passou de 120 para 170 takas (1,78 euro).

A decisão de aumentar os salários foi tomada no último sábado numa reunião celebrada na Ganabhaban, a residência oficial da primeira-ministra na capital do país, Daca, entre esta e a Associação do Chá do Bangladesh – que representa os proprietários das plantações.

Após o encontro, um representante da primeira-ministra disse à imprensa que, «além do aumento salarial, o número de licenças anuais, festivas e médicas e de bónus também será aumentado» e que «o custo das despesas médicas será arcado pelos proprietários das plantações».

O secretário-chefe da governante, Ahmed Kaykaus, disse ainda que, na sequência da reunião com os proprietários, os trabalhadores do chá alcançariam outros benefícios, nomeadamente ao nível da saúde, pensões, educação dos filhos e habitação, que será gratuita.

Neste sentido, tanto Kaykaus como a primeira-ministra, Sheikh Hasina, pediram aos trabalhadores para voltarem ao trabalho, refere o portal People’s Reporter, que informa que o «magro aumento salarial» provocou «reacções mistas» entre os trabalhadores, sendo que a maioria, mobilizada numa greve desde dia 13, se mostrou «zangada e insatisfeita» com o anúncio e com a aceitação das condições por parte do Bangladesh Tea Workers Union (Sindicato dos Trabalhadores do Chá do Bangladesh).

Sindicato recebeu bem a decisão, que é contestada pelos trabalhadores

O sindicato acolheu bem a decisão, indica o People’s Reporter. Nripen Pal, secretário-geral interino, disse: «Aceitamos a decisão. Ela é a primeira-ministra do país. Obrigado, primeira-ministra. Os nossos trabalhadores vão voltar ao trabalho.»

No entanto, em distritos como Sylhet, Moulvibazar e Habiganj (três dos sete distritos do chá no país asiático), vários trabalhadores mostraram-se insatisfeitos e, pedindo anonimato, disseram ao portal que 170 takas (1,78 euro) por dia é muito pouco para fazer frente às despesas diárias.

Um trabalhador na plantação de chá de Lakkatura (distrito de Sylhet) disse: «Nós aceitámos a escravatura.» E perguntou: «Como é que 170 takas nos vão ajudar quando os preços estão tão altos?»

Os dirigentes sindicais foram e estão a ser acusados de «trabalhar para os interesses dos donos das plantações». O antigo vice-presidente do Sindicato dos Estudantes da Universidade do Chá, Micah Piregu, denunciou a decisão de aumentar os salários em 50 takas (52 cêntimos) como uma forma de reprimir os trabalhadores, acrescentando: «É a gozar.»

Um trabalhador do chá em Moulvibazar acusou «a maioria dos líderes sindicais do chá de estar envolvida em corrupção». «São demasiado poderosos para que os trabalhadores protestem contra a sua decisão», advertiu.

Outra acusação comum é a de que dirigentes sindicais estão envolvidos com a Liga Awami (no poder) e defendem os interesses do governo. O People’s Report confrontou um dirigente sindical no distrito de Habiganj, que admitiu que várias responsáveis no sindicato dos trabalhadores do chá «estão metidos na política local», mas recusando a acusação de que «estejam a velar pelos interesses dos donos das plantações ou do governo». «Isso é propaganda da oposição. Nós não fazemos isso», disse.

De acordo com a fonte, a recolha do chá emprega mais de 150 mil trabalhadores em cerca de 250 plantações em sete distritos do Bangladesh: Moulvibazar, Habiganj, Sylhet, Chittagong, Rangamati, Panchagarh e Thakurgaon.

A mais recente luta destes trabalhadores começou com uma greve de duas horas no dia 9 de Agosto. Quatro dias depois, sem respostas, os trabalhadores declararam uma greve por tempo indeterminado, que envolveu bloqueios de estradas e ferrovias.

Numa primeira reunião com o governo, celebrada a 20 de Agosto, foi afirmada a decisão de aumentar os salários de 120 para 145 takas (1,5 euro), mas os trabalhadores recusaram este aumento, exigindo que o seu salário diário passasse para mais de 3 euros.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui