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|Música

Pedro Barroso, adeus a um músico da resistência

Músico e pintor, Pedro Barroso integrou a geração dos que cantaram a resistência. Faleceu esta terça-feira, aos 69 anos. 

CréditosPaulo Novais / LUSA

Se lhe chamassem homem dos sete instrumentos não ficaria ofendido. Compositor, músico, cantor, declamador, poeta, ficcionista, também actor e artista plástico amador, Pedro Barroso morreu na madrugada de terça-feira no hospital onde se encontrava internado desde o dia 3 de Março, informação confirmada à Lusa pelo seu filho Nuno Barroso – músico como o pai.

Estreou-se como cantor em 1969, no programa de televisão Zip-Zip, e em 1970 gravou o seu primeiro disco, o EP Trova-dor. Integrou a geração de cantores que resistiu ao fascismo e lutou pelas liberdades democráticas, participando em sessões de baladas e de canto livre.

Viveu apaixonada e activamente a Revolução de Abril, actuando em Portugal e nas comunidades portuguesas no estrangeiro. Colaborou activamente nas campanhas de Dinamização Cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA). Integrou então a Cooperativa Era Nova, que acompanhava Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira e outros históricos cantores da resistência.

Prosseguiu uma carreira a solo actuando e editando com regularidade, na maior parte das vezes escrevendo, orquestrando e cantando os seus próprios trabalhos.

Publicou Lutas Velhas, Canto Novo, o seu primeiro LP, em 1976, ao qual se sucederam, com regularidade, cerca de 30 discos, o mais recente dos quais o CD Antes do Futuro (2017).

Comunicador de referência, cria em palco um estilo coloquial e intimista, associando a música e a palavra para transformar cada espectáculo num emotivo encontro de amigos, de que é exemplo a gravação do DVD Memória do Futuro, feita ao vivo no Rivoli (2013).

Escolheu Torres Novas para dar o concerto que assinalou 50 anos de carreira, sem saber ainda que seria o último. Por essa altura anunciou para Abril deste ano um novo disco, o CD Novembro – do mês do seu aniversário –, para o qual que preparou um dueto com o malogrado Patxi Andión.

Deixa publicados vários livros, desde Cantos Falados (poesia, 1976) a Diários da Brevidade (2017), a que chamou «uma espécie de desabafos íntimos».

Participou activamente na vida associativa da comunidade artística e musical. Integrou a direcção do Sindicato dos Músicos e foi autor de um polémico «Manifesto sobre o estado da Música Portuguesa». Em 2003 passou a integrar os corpos gerentes da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), instituição que viria a outorgar-lhe, em 2017, a Medalha de Honra de Carreira.

Convicto de que «em cada um de nós nasce um artista lá dentro», viveu «criando rebeldia» e lembrando, a quem o escuta, que «nunca é tarde demais para viver/nunca é tarde demais para exigir».

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