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|E o mundo é a nossa tarefa

Gândara

E o mundo é a nossa tarefa é uma escolha semanal de Manuel Augusto Araújo.

João Hogan, Sem título, 1972Créditos

Gândara

I

Gândara sem uma ruga de vento.

Sol e marasmo.

Silàncio feito de troncos

e de pasmo.

Campos, pinheiros e campos

quietos. Tanto,

o sol parado

encheu-me os olhos de espanto.

II

Sapos Ö beira da lagoa.

Quedos.

As águas negras

fazem dos sapos,

adormecidos em calhaus,

monstros sobre penedos.

Dorida, a terra dorme

a noite duma vez. 

E sujo e baáo,

enorme,

anda o luar

sobre a planície de aáo.

III

Já nem as aves cantam pela marÉ cheia

da tarde.

À flor da areia

só o silàncio arde.

IV

Ao lume da estrumeira

lagos esverdeados.

Passam os meninos a tarde inteira

a olhar os lagos encantados.

Os vermes que apodrecem

aconchegam-nos nas mãos avaras:

os dedos dos meninos enegrecem,

os lagos ficam mais claros.

Já esqueceram a lagoa e a maneira

de atirar pedras Ös águas calmas como um manto. 

Enfeitiáados, os lagos da estrumeira

trazem-nos naquele encanto.

V

Sol e vento,

lábios de maresia

na lagoa a coalhar,

onda sobre onda, mar

e dia.

VI

À beira de água as vergas.

Verdes, fà-las o frio.

Envergonhadas, despem a verdura

aos olhos do estio.

E verde foi a vida.

Vergas secas sem a asa duma ave. 

Só tu. E nos teus braáos

quanta fartura cabe.

VII

Vai na lagoa um cheiro de marÉ,

cheiro de juncos, o que a tarde teve. 

Mulheres da monda mondam na marÉ,

de joelhos nus, ao sol dum dia breve.

Aquieta-se em modorra a planície,

os olhos das mulheres gotejam sono.

ê quase raiva a praga que se disse

Ö carne arrepiada do outono.

Asas descem o dia, um olhar estreita

aves e campos. Sob os cÉus doirados,

juncos colhidos a um sol de mágoa.

Corre a lagoa um frio de maleita.

E córas. Os sapos abismados

espreitam teus seios pelo espelho da água.

Carlos Oliveira

Tópico

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