Foi na passada segunda-feira que se inaugurou em Viseu o Hospital da CUF, propriedade da José de Mello Saúde. No mesmo dia, regressou a ameaça de encerramento do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Centro Hospitalar Tondela-Viseu que serve cerca de 500 mil utentes.
O objectivo de «reorganizar» toda a oferta hospitalar nacional, apresentado pelo último governo do PSD e do CDS, ficou bem estabelecido na Portaria n.º 82/2014 de 10 de Abril. Numa consulta ao segundo artigo do documento pode ler-se que o Grupo II (que abrange o Centro Hospitalar Tondela-Viseu) obedece a determinadas características, nomeadamente não poder exercer «as valências de farmacologia clínica, genética médica, cardiologia pediátrica, cirurgia cardio-torácica e cirurgia pediátrica».
A unidade da José de Mello Saúde conta com um total de 35 especialidades médicas e cirúrgicas e prevê que a valência de Pediatria seja integrada a partir de Outubro próximo. No comunicado enviado pelo hospital privado a que o AbrilAbril teve acesso, consta que «o investimento nesta unidade permitiu a criação de 172 postos de trabalho, dos quais cem médicos». Uma vez que esses cem médicos trabalham em outras unidades de saúde, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, fica em causa a dita «criação» de postos de trabalho.
Fonte local afirmou ao AbrilAbril que em Viseu não há «mercado» para três unidades hospitalares com a dimensão das existentes - Centro Hospitalar Tondela-Viseu (SNS), Hospital da CUF e Hospital Casa de Saúde São Mateus (recentemente ampliada num investimento de milhões de euros), e que a expectativa dos investidores privados assenta no progressivo esvaziamento do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.
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