Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

Morna cabo-verdiana é património da humanidade

O género musical típico de Cabo Verde foi proclamado Património Imaterial Cultural da Humanidade, pela UNESCO.

Mural do Vihls representando a cantora Cesária Évora, no Mindelo (Cabo Verde).
Mural do Vihls representando a cantora Cesária Évora, no Mindelo (Cabo Verde).Créditos

A decisão final sobre a ratificação da classificação foi adoptada, esta quarta-feira, na 14.ª reunião anual do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que decorre desde segunda-feira no Centro de Congressos Ágora, em Bogotá, Colômbia.

A proclamação contou com uma actuação da cantora cabo-verdiana Nancy Vieira e do multi-instrumentista Manuel de Candinho, que acompanhavam o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, em Bogotá.

A «música rainha» de Cabo Verde – como ilustra o poeta Manuel d`Novas em «Nôs morna», uma das mais conhecidas mornas – tinha, no seu dossier de candidatura entregue pelo governo cabo-verdiano em Março de 2018, mais de mil páginas e cerca de 300 entrevistas.

A morna, surgida no século XIX, não reúne consenso quanto à origem do nome e ilha onde nasceu, se Boa Vista ou Brava, e tem, na sua génese, uma mistura de estilos musicais com fortes raízes africanas, o landum, com influências da modinha luso-brasileira.

Uma das referências escritas mais antigas sobre a morna consta de um livro do oficial da marinha russa de Konstantin Staninkovitch, que visitou Cabo Verde em 1861. Geralmente acompanhada por viola, cavaquinho, violino e piano, o instrumento de excelência da morna é o violão, introduzido em Cabo Verde no século XIX.

Entre as letras mais marcantes do estilo musical estão as do poeta Eugénio Tavares (ilha da Brava, 1867-1930) e as de Francisco Xavier da Cruz ou B.Léza (ilha de São Vicente, 1905-1958), mas a morna teve a sua maior expressão fora de Cabo Verde com a cantora Cesária Évora (1941-2011).

O antropólogo Paulo Lima, especialista português na elaboração de processos de candidatura a Património Imaterial da Humanidade, como o fado, o cante alentejano e a arte chocalheira, foi um dos envolvidos neste processo, e sublinhou que «existem alguns elementos que me parecem importantes como a atenção às questões de género. A Morna, através da Cesária Évora, e não só, abriu hipótese para o empoderamento da mulher cabo-verdiana. E isso, sublinho, foi algo muito importante. O que ela conseguiu com a sua música, nos anos 80 e 90, foi abrir uma janela de hipótese para as mulheres do seu país».

Também os Caretos de Podence aguardam para hoje a decisão da UNESCO sobre a candidatura dos tradicionais mascarados do Nordeste Transmontano a Património Imaterial da Humanidade.


Com agência Lusa

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui