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Primeira semana Trump

Faz uma semana que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, numa cerimónia que tem dado que falar devido ao número de pessoas que a presenciaram na Alameda Nacional.

CréditosJustin Lane/EPA / Agência Lusa

Em reacção às estimativas de alguns meios de comunicação social, que teriam estado um quarto de milhão de pessoas,Trump afirmou que terão estado um milhão, mesmo milhão e meio de pessoas.

No sábado, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, admoestou os media por afirmarem que estiveram mais pessoas que nas outras recentes inaugurações – como bem comprovam todas as imagens – afirmando que «foi a maior audiência alguma  vez assistir uma inauguração – ponto final  – tanto em pessoa como pelo mundo».

Demonstrou um perigoso conforto com faltar à verdade e em se
descolar da realidade. Quando no dia seguinte, na NBC, o jornalista Chuck
Todd tentou entender porque Spicer insistiu numa falsidade na sua primeira conferência de imprensa, a assessora especial de Trump Kellyanne Conway referiu-se às afirmações de Spicer como «factos alternativos». Ao que Todd lhe respondeu: «Factos alternativos não são factos. São falsidades.»

No dia seguinte à investidura de Trump, assistiu-se a uma enorme
mobilização popular por todo o país. Segundo a contabilização do Prof.
Pressman, a Marcha das Mulheres foi o maior dia de protesto na história dos EUA, contando com a participação de 3,4 - 4,2 milhões de pessoas, sobretudo nas cidades de Washington DC, Los Angeles, Nova Iorque, Chicago, Seattle, Boston, Denver, etc.

A ideia da marcha surgiu no rescaldo da vitória de Trump nas eleições presidenciais, e pretendia ser uma afirmação dos direitos das mulheres face a um futuro presidente descaradamente misógino, mas rapidamente a plataforma política do evento se alargou, vindo a incluir questões de direitos LGBT, cívicos, laborais, dos imigrantes, deficientes e ambientais. Os cartazes dos muitos participantes – mulheres e homens – ilustraram essa diversidade de questões.

Na sua primeira semana, Trump deu seguimento a várias promessas no seu contrato com o eleitor através de várias ordens executivas presidenciais. A primeira foi um ataque ao sistema de saúde de Obama («Obamacare»), um sinal mais que uma mudança concreta, até porque Trump não têm ainda qualquer plano alternativo.

«A decisão do Presidente do México de cancelar a sua visita
aos EUA não será certamente alheia a estas medidas»

Numa cerimónia pautada pela ausência de mulheres, assinou uma ordem impedindo o financiamento federal de ONGs que advoguem o aborto (uma medida que data do Presidente Reagan, e que tendo sido revertida por cada presidente democrata desde então, é de seguida recuperada por cada presidente republicano).

Formalizou a saída dos EUA do processo de negociação do Acordo de Parceria Transpacífico (TPP) e anunciou que iria dar início à renegociação do Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). Deu ordem para avançar com a construção dos controversos oleodutos, o Dakota Access e o Keystone XL. Ordenou o aceleramento das revisões ambientais de projectos de construção de infraestrutura, e lançou processo de revisão das regulações industriais para facilitar a concessão de licenças.

Uma das medidas que mais atenção terá recebido, e que era uma palavra de ordem dos seus apoiantes durante a campanha, foi também avançada: Trump deu ordem para que diversas agências planeassem a construção de um muro na fronteira com o México, assim como para a contratação de cinco mil agentes fronteiriços.

A decisão do Presidente do México de cancelar a sua visita
aos EUA não será certamente alheia a estas medidas. Trump deu também ordem às agências federais para acelerar o processo de deportação dos imigrantes ilegais, e a contratação de mais dez mil agentes de Imigração.

Estas duas ordens de contratação constrastam com a ordem de congelamento de contratações sobre as restantes agências federais.

Para financiar o muro com o México, o porta-voz Spicer anunciou um imposto de 20% sobre as importações do México. Mas a reacção face a esta medida, levou a Casa Branca a moderar a sua posição quanto a essa medida, e gerando alguma confusão sobre os planos de Trump. Afinal, este havia na semana passada descartado essa medida, e favorecido uma taxa de 35% sobre produtos manufacturados de companhias dos EUA produzidas no estrangeiro.

Trump não tem assim surpreendido. Avança com medidas que constavam do seu programa, fá-lo com algum ritmo, mas com a atrapalhação que também caracterizou a sua campanha, e rodeado de controvérsia e protestos.

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