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Olha o robô!

A previsível perda de cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos, nas principais economias mundiais, com origem na «quarta revolução», evidencia a tentativa de escape do sistema capitalista.

Créditos / História

«A culpa morre solteira ou quando muito foi da empregada de limpeza, que avariou o computador durante a limpeza». A frase proferida ontem no debate quinzenal no Parlamento por Jerónimo de Sousa, a propósito dos 10 milhões de euros transferidos para paraísos fiscais, entre 2011 e 2014 – valor superior ao montante afectado anualmente à Educação ou à Saúde – leva-nos a outro tema em análise esta semana, o da substituição do homem pela tecnologia, onde o sector da limpeza parece não ficar a salvo.

O tema não é novo, tal como não são novidade os imensos casos em que os postos de trabalho se esvaziaram não (só) para maior comodidade dos clientes, mas para engordar os lucros de quem detém estes sectores.

Os exemplos multiplicam-se e estão tão entranhados na sociedade que quase não pensamos nisso. É o caso das caixas ATM (vulgo Multibanco), que permitem uma boa parte das operações bancárias e praticamente evitam que entremos na agência, das portagens, das caixas automáticas dos hipermercados (que nalguns casos recorrem aos estrangeirismos – self-checkout – para atribuir aos postos de trabalho vazios um ar sofisticado e cosmopolita), dos parques de estacionamento, dos atendimentos telefónicos automáticos, entre muitos outros em que as máquinas substituem o homem.

Os números revelados terça-feira pelo Jornal de Notícias são alarmantes: dentro de oito anos, um em cada três trabalhadores terá sido substituído por robôs ou inteligência artificial. O cenário introduz-nos a designada quarta revolução digital, na qual convergem tecnologias digitais, físicas e biológicas.

A previsível perda de cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos, nas principais economias mundiais, causada pela também conhecida por revolução 4.0, evidencia a tentativa de escape do sistema capitalista, a braços com uma prolongada estagnação económica, desemprego galopante e desigualdades crescentes que resultam, em grande parte, do acentuar do processo de concentração e centralização de capital – onde mais de 60% da economia está nas mãos de cerca de 1400 multinacionais.

Mas traduz ainda outra característica dos tempos em que vivemos – a apropriação por um pequeno número de indivíduos dos avanços que a ciência e a técnica introduzem no sistema produtivo, sem que tal resulte em benefícios directos para os trabalhadores, para a generalidade da população e a para economia.

Quando os arautos da dita revolução e toda a retórica que a envolve é acompanhada pela exigência de mais desregulação das relações de trabalho ou horários mais flexíveis, mais longos e adaptados às necessidades de quem compra força de trabalho, leva-nos a acreditar que o futuro que nos tentam vender é um regresso ao passado.

Neste como noutros processos está nas mãos dos trabalhadores, na sua organização e luta, a capacidade de transformar as potencialidades dos avanços tecnológicos, e tudo o que de positivo têm para oferecer, num factor de desenvolvimento e não num instrumento de acentuação da exploração e do empobrecimento.  

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