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Estudo do FMI faz radiografia à economia nacional

FMI: 35 horas significa funcionários públicos a mais

Antigo membro da troika ataca em todas as frentes: nem 35 horas, nem salário mínimo. Dois anos depois da «saída limpa», a imposição da receita única continua.

A reposição do horário de trabalho no sector público é uma das medidas emblemáticas da política de reposição de direitos e rendimentos deste Governo
A reposição do horário de trabalho no sector público é uma das medidas emblemáticas da política de reposição de direitos e rendimentos deste GovernoCréditos

Melhorar a educação e a qualificação dos trabalhadores portugueses, mas reduzir professores. Combater a pobreza, mas não aumentar o salário mínimo. Criar emprego, mas nada de mexidas no horário de trabalho. São estas as principais conclusões de um relatório assinado pelo chefe de missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Portugal, Subir Lall.

O relatório «Da crise à convergência: traçar um rumo para Portugal» faz uma análise da situação do País dois anos depois da «saída limpa» da troika. Os economistas do FMI criticam a redução do horário de trabalho semanal na Administração Pública para as 35 horas. Subir Lall defende que «se todo o trabalho que era feito em 40 horas pode agora ser feito em 35 horas», isso significa que há trabalhadores a mais no sector público. Especificamente sobre a educação, o FMI aponta a redução do número de professores como o caminho, depois de o último governo ter promovido o maior despedimento colectivo no sector: 30 mil professores.

Os responsáveis da instituição reconhecem o lastro de desemprego deixado pelos anos em que conduziam a política económica portuguesa. Durante «a estabilização financeira da economia portuguesa» o número de desempregados, subempregados ou desencorajados subiu aos 20%. Ou seja, um quinto da população portuguesa em idade activa não tinha trabalho, trabalhava menos tempo do que podia, ou simplesmente tinha desistido de encontrar emprego, de acordo com o estudo do FMI.

Também o aumento do salário mínimo é criticado, afirmando-se haver «uma ligação fraca» entre os baixos salários e a pobreza. Em Janeiro o Instituto Nacional de Estatística apontava para os 11% o número de trabalhadores em risco de pobreza: 495 mil.

Para além de Lall, o relatório do FMI é assinado pelos economistas da instituição Dmitry Gershenson e Albert Jaeger.

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