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No ano em que o salário médio cresceu apenas 1,4%

Corticeira Amorim duplica os lucros em 2016

A líder do sector da cortiça registou lucros superiores a 100 milhões de euros em 2016, de acordo com as contas consolidadas do grupo de Américo Amorim.

Américo Amorim, dono da Corticeira Amorim e o maior accionista da Galp, é considerado o português mais rico pela revista «Forbes», com fortuna avaliada em 4 mil milhões de euros
Américo Amorim, dono da Corticeira Amorim e o maior accionista da Galp, é considerado o português mais rico pela revista «Forbes», com fortuna avaliada em 4 mil milhões de eurosCréditosJosé Coelho / Agência LUSA

O aumento relativamente ao ano de 2015 é de 47,6 milhões de euros, uma variação de 46%, o que possibilitou a distribuição de 32 milhões de euros em dividendos. A venda da participação numa empresa norte-americana explica grande parte da subida, ainda que o resultado operacional (excluídos os resultados financeiros, como os encargos com juros) tenha também subido perto de 20 milhões de euros.

De acordo com o documento, entregue ontem à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM), a Corticeira Amorim destaca que conseguiu o «melhor resultado de sempre» durante o ano passado. O efeito da venda da participação de 25% na US Floors, concretizada no final do ano passado, deu um contributo de cerca de 30 milhões de euros, líquido de impostos.

A Amorim entrou no capital da empresa norte-americana, sedeada no estado da Geórgia, em 2008, pagando 10 milhões de dólares (cerca de 7 milhões de euros à taxa de câmbio da altura). Passados oito anos, soma mais de 20 milhões de euros de lucro com a operação.

Excluído esse efeito, a Corticeira Amorim registaria lucros de 72,8 milhões de euros, um aumento de 32,4% relativamente a 2015, informa o relatório que acompanha as contas da empresa.

Lucros conseguidos sem efeitos para os trabalhadores

A duplicação dos lucros da empresa foi conseguido num contexto em que o quadro de pessoal da empresa se manteve praticamente inalterado e o salário médio sofreu uma ligeira subida de 1,4%. Estes números não incluem os trabalhadores em situação de precariedade, subcontratados para prestarem serviço nas unidades produtivas do grupo corticeiro.

A União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA/CGTP-IN) denunciou a situação vivida na unidade da empresa em Salteiros, no concelho de Ponte de Sôr. «A maioria dos trabalhadores desta unidade são contratados por via da Synergie, uma empresa de trabalho temporário», aponta a estrutura sindical em comunicado.

A empresa justifica o recurso ao trabalho temporário pelo carácter sazonal da exploração de cortiça. Por seu lado, a união de sindicatos contrapõe que os trabalhadores com vínculos precários acabam por cumprir funções na unidade de Salteiros durante todo o ano, já que são chamados a «desemprenhar funções diversas».

No início da semana, a USNA/CGTP-IN desenvolveu uma acção de contacto com os operários da fábrica da Corticeira Amorim, entregando-lhes um documento onde afirmam que os trabalhadores com vínculos a empresas de trabalho temporário ganham, em média, menos 70% de salário.

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