A CNA veio manifestar a sua solidariedade ao MST, «condenando veementemente» a acção de repressão levada a cabo pela polícia brasileira contra os activistas do MST, no passado dia 4 de Novembro, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, Brasil.
A CNA considera «inaceitável» e «incompreensível» a intervenção policial que se seguiu a uma série de tentativas de criminalização e repressão dos movimentos sociais por parte das autoridades brasileiras.
A Confederação apela às autoridades brasileiras que «cessem imediatamente todo o tipo de repressão sobre este importante movimento popular que apenas luta pela melhoria das condições de vida de um vasto grupo de pessoas, que passará, nomeadamente, pelo acesso ao recurso terra».
Criminalização e invasão violenta
No dia 4 de Novembro, agentes da Polícia civil de Mogi das Cruzes e Guararema cercaram a Escola Nacional Florestan Fernandes, entraram pela janela da recepção dando tiros para o ar, tal como se pode verificar nas imagens gravadas pelas câmaras de segurança do local. Os militantes do MST presentes afirmaram que os estilhaços, que acertaram numa mulher, eram de balas letais e não de borracha.
De acordo com uma nota emitida pelo MST, a invasão do espaço está relacionada com a criminalização de líderes de acampamentos em Quedas do Iguaçu, no estado do Paraná (Sul do Brasil), onde há muito se registam disputas entre camponeses e a empresa madeireira Araupel.
Na nota, o MST recorda o histórico de acções violentas a que as famílias de camponeses têm sido sujeitas no estado do Paraná, nomeadamente por parte de pistoleiros a mando do grande latifúndio, do agronegócio e da madeireira Araupel, com a conivência da Polícia Militar.
Para o MST, que denuncia «a escalada de repressão contra a luta pela terra», a acção de sexta-feira integra-se numa tentativa de criminalizar a organização e dá «continuidade ao processo histórico de perseguição e violência que o movimento vem sofrendo em vários estados e no Paraná».
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