A apresentação do novo equipamento da JMS decorre hoje com a presença do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta (PS) – o mesmo autarca que aceitou pagar 30 milhões de euros para a construção de um «hospital de proximidade», substituindo-se à Administração Central.
A decisão foi aprovada pelo executivo municipal, apenas com o voto contra de Pedro Ventura, vereador e candidato da CDU às eleições de Outubro. De acordo com o Sintra Notícias, o vereador argumentou que a autarquia não deve assumir um compromisso financeiro que cabe à Administração Central, lembrando ainda que, desde 2002, que o Ministério da Saúde estima serem necessárias 300 camas de internamento no concelho. A nova unidade tem previstas apenas 60 camas para convalescência.
Também a Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Sintra (CUSCS) critica a opção pelo que classifica como um «mini-hospital», não poupando a autarquia sintrense por dar aval financeiro ao projecto, nem o Ministério da Saúde por não investir num equipamento de saúde no segundo maior concelho do País, ao mesmo tempo que vai apoiar a abertura de 100 novas camas no Hospital de Cascais, uma unidade gerida em parceira público-privada (PPP).
Nas votações em plenário da última semana, um projecto de resolução do PCP pela «construção urgente» de um hospital público em Sintra foi aprovado, com a abstenção do PS e do PSD, na Assembleia da República.
A nova unidade da JMS deve abrir portas no início de 2018, entrando em pleno funcionamento apenas em 2020. No total, o Hospital CUF Sintra terá capacidade para 40 gabinetes de consulta, 15 salas de exames, seis gabinetes de atendimento permanente (adulto e pediátrico) e três salas de bloco, complementada com 30 quartos de internamento com uma capacidade até 60 camas e uma unidade de cuidados intermédios.
Por seu lado, o «hospital de proximidade» que o município de Sintra vai pagar não contará com especialidades nem com internamento, ficando reduzido ao serviço de urgência, meios de diagnóstico, camas de cuidados continuados e «algumas consultas e cirurgias de ambulatório», de acordo com a TSF.
A JMS, para além de gerir os hospitais de Braga e Vila Franca de Xira através de PPP, conta com sete unidades hospitalares e oito clínicas privadas, uma das quais em Sintra, que será substituída pela novo hospital. Em 2016, facturou 586,3 milhões de euros, alcançando lucros de quase 24 milhões, dos quais 11 milhões foram entregues em dividendos à família Mello (que detém 70% da empresa) e à Associação Nacional de Farmácias (que detém 30% do capital da JMS através da Farminveste).
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