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Ilhéus da Ria Formosa não desarmam

A decisão ontem anunciada pelo Ministério do Ambiente de manter 19 casas de pescadores é já uma conquista da luta travada pelos moradores das ilhas-barreira da Ria Formosa que amanhã estarão na Assembleia da República.

A Ria Formosa estende-se pelos concelhos de Loulé, Tavira, Faro, Olhão e Vila Real de Santo António
A Ria Formosa estende-se pelos concelhos de Loulé, Tavira, Faro, Olhão e Vila Real de Santo AntónioCréditos

Contrariamente ao referido nas cartas enviadas pela Sociedade Ria Formosa Polis Litoral, a 27 de Setembro, que previam a tomada da posse administrativa das casas sinalizadas para demolição, durante o dia de hoje, o Governo anunciou o adiamento para 8 de Novembro e admitiu que serão mantidas 19 casas de pescadores e viveiristas situadas nos núcleos do Farol e Hangares.

Para Vanessa Morgado, do movimento SOS Ria Formosa, e atendendo à situação que enfrentam os moradores desde o final de Setembro, esta é já uma vitória, embora mantenham a luta pela preservação de pelo menos mais 20 casas. Recorde-se que estavam inicialmente marcadas para demolição 81 habitações nos núcleos do Farol e dos Hangares da Ilha da Culatra.

«Não somos radicais. Temos consciência de que há habitações degradadas e abandonadas mas o risco que alegam não se deve a mais nada, a não ser à extracção de areias ao longo de vários anos, autorizada pelo Estado e realizada por uma empresa que curiosamente ganhou o concurso para fazer a demolição do núcleo dos Hangares», denuncia a representante do SOS Ria Formosa. 

O Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) estipula que a zona de risco se situa a 30 metros da linha de água. Neste caso, o limite anunciado pelo ministro João Matos Fernandes é de 40 metros.

Apesar de admitir manter as casas dos profissionais da pesca, o Ministério do Ambiente avisou que as casas de segunda habitação e outras que estão em ruínas, serão demolidas ao abrigo do POOC.

A nota divulgada ontem por aquele Ministério acrescenta que a Sociedade Polis deve procurar, juntamente com os interessados, «uma solução para as casas que não serão demolidas, no prazo de 90 dias, uma vez que também estas se encontram em zona de risco».

Vanessa Morgado valoriza, no entanto, o diálogo que tem sido possível estabelecer com o ministro do Ambiente para a resolução do problema, frisando a abertura que não tinha havido até aqui.

Também o presidente da Associação da Ilha do Farol de Santa Maria, Feliciano Júlio, em declarações à agência Lusa, observou que João Matos Fernandes «foi o único ministro do Ambiente que prometeu que resolveria o problema das casas de primeira habitação que estivessem na zona prevista para demolição».

Parlamento discute demolições nas ilhas-barreira

Na Assembleia da República discutem-se amanhã projectos de resolução de toda a maioria parlamentar. Pela suspensão (BE, PEV) e pelo fim (PCP) das demolições na Ria Formosa, e em torno da requalificação e valorização da Ria (PS).

A acompanhar o debate estarão cerca de 200 moradores das ilhas-barreira, na esperança de que ele consiga repor o direito de igualdade entre todos os núcleos habitacionais da Ria Formosa.

A decisão de vir a Lisboa foi tomada ontem. Vanessa Morgado explica que pela proximidade da data conseguiram «apenas» três autocarros e que por isso há quem se desloque em viatura própria.

Esta representante do movimento espera que o debate dê frutos e que o facto de o projecto de resolução do PS (partido que não tem sido coerente relativamente a este processo) considerar como «históricos» os núcleos dos Hangares e do Farol, sirva de abertura para impedir esta «injustiça».

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