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Presidência da Venezuela no Mercosul

Rodríguez denuncia «manobras» na Argentina e reafirma integração no Mercosul

A ministra dos Negócios Estrangeiros venezuelana afirmou, esta quarta-feira, que o seu país irá continuar a exercer a presidência pro tempore [temporária] do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e sublinhou que as «manobras» fora do quadro jurídico não serão possíveis.

A ministra venezuelana dos Negócios Estrangeiros denunciou, hoje, ter sido agredida por um polícia argentino
A ministra venezuelana dos Negócios Estrangeiros denunciou, hoje, ter sido agredida por um polícia argentinoCréditos / AVN

Delcy Rodríguez encontra-se na Argentina para participar na reunião de ministros das Relações Exteriores do Mercosul, pese embora esta ter sido convocada de modo ilegal pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino – pois é a Venezuela que, neste momento, está à frente do bloco.

Esta noção foi reforçada pela presença de Delcy Rodríguez em Buenos Aires, onde disse que o seu país «continuará a assumir a presidência pro tempore do Mercosul até que estejam reunidas as condições para a transferência (para a Argentina)», informa a TeleSur.

Num breve encontro com a imprensa no exterior do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argentina, onde foi apoiada por vários movimentos sociais locais, Rodríguez exigiu que fosse respeitado «o direito legítimo do seu país como membro de pleno direito do Mercosul», tendo sublinhado que «a Venezuela não precisa de convite para uma reunião à qual tem o direito de assistir». «Se nos fecharem a porta, entraremos por uma janela», insistiu.

Delcy Rodríguez reafirmou que a Venezuela «continua a exercer todos os legítimos direitos como Estado-membro da organização, apesar das manobras promovidas pelos governos da Argentina, do Brasil e do Paraguai, que formaram uma tríplice aliança» para tentar isolar o país caribenho, com a desculpa de que não havia transposto para a sua legislação as normas do bloco regional.

A este respeito, a diplomata salientou que o seu país «aderiu a 95% das leis do bloco em quatro anos, enquanto países fundadores como o Brasil e o Paraguai registam apenas, em 25 anos, uma transposição de 50%».

Rodríguez agredida e Constant impedido

Delcy Rodríguez denunciou ainda ter sido agredida por um polícia argentino: «É inconcebível que um polícia me tenha agredido, tenho de o denunciar, porque é inconcebível que coisas como estas estejam a acontecer na nossa América do Sul», disse, citada pela TeleSur.

Por outro lado, o coordenador nacional da Venezuela no Mercosul, Héctor Constant, foi impedido por duas vezes, esta semana, de entrar em reuniões do Grupo do Mercado Comum, em Buenos Aires. Ontem, após a segunda proibição, Constant classificou o facto como um «golpe à institucionalidade», revela o Brasil de Fato.

«Preocupa-nos e inquieta-nos que esteja a ser dado um novo golpe à institucionalidade do Mercosul com medidas que obviamente não contribuem nem para a integração regional nem para solucionar qualquer diferença que possa existir», afirmou à imprensa o diplomata venezuelano.

Estas reuniões, em Buenos Aires, antecedem a IX Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum, na qual os chanceleres começam a debater o plano de acção do primeiro semestre de 2017, período em que a Argentina exercerá a Presidência rotativa do Mercosul. Constant sublinhou que todas as decisões tomadas nos encontros serão nulas.

Todos contra a Venezuela

Recorde-se que, no passado dia 2, os países fundadores do Mercosul – Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai – decidiram suspender a Venezuela do bloco, argumentando que o Governo da República Bolivariana não tinha integrado na legislação do país normas-chave sobre comércio e direitos humanos.

A Venezuela rejeitou a notificação e, depois de classificar a decisão como ilegal, afirmou que continuava à frente da Presidência.

Macri, Temer, Paraguai e tensão crescente

Com a vitória de Macri na Argentina e o golpe de Temer no Brasil, estes países passaram a assumir uma política de confronto directo com o Governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, acusando-o de ter «presos políticos» ou de ser «autoritário». Com o Paraguai, formaram aquilo que a Venezuela catalogou como «Tríplice Aliança», quando, em Agosto, lançaram uma ofensiva para impedir que a Venezuela assumisse a presidência pro tempore no Mercosul.

Esta presidência têm um carácter rotativo, sendo que os estados-membros a assumem automaticamente, por ordem alfabética, por um período de seis meses. Então, a dita «Tríplice Aliança» avançou com argumentos variados, desde a não incorporação, pela Venezuela, das normas do bloco até à instabilidade política e económica que, diziam, se vivia no país caribenho.

Inicialmente, o Uruguai chegou a denunciar esta campanha, lançando, inclusive, fortes acusações contra o Brasil. Posteriormente, outros interesses parecem ter-se imposto, e, em Setembro, o Uruguai retirou o apoio à Venezuela.

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