A OIM precisa que 4621 migrantes morreram no Mar Mediterrâneo em 2016, um número recorde e que supera em mil o número de mortes registadas o ano passado em igual período. Durante todo o ano de 2015, 3777 migrantes morreram na tentativa de atravessar o Mediterrâneo.
A nota sublinha ainda o facto de, só no mês de Novembro, a OIM ter registado a morte de 546 migrantes no Mediterrâneo. Os últimos «incidentes» seguem um padrão semelhante: o mau tempo e o mar agitado levam a que os barcos de borracha comecem a meter água e se afundem.
Em Roma, um representante da OIM, Flavio Di Giacomo, salientou que os traficantes metem o maior número possível de pessoas em embarcações sem condições de segurança e que as obrigam a partir, mesmo com mares agitados e tempo inclemente.
O organismo da ONU destaca ainda o facto de 343 589 migrantes e refugiados terem entrado na Europa entre 1 de Janeiro e 16 de Novembro de 2016, depois de feita a travessia do Mediterrâneo; a maior parte aportou na Grécia e em Itália. Este número, refere a OIM, fica bastante abaixo das chegadas registadas o ano passado até 1 de Novembro, altura em que 728 926 migrantes e refugiados tinham chegado à Europa depois da travessia mediterrânica.
Enorme influxo de migrantes e refugiados
Em relatórios recentes a OIM já tinha apontado para um incremento no número de mortes na travessia entre o Norte de África e Itália, no contexto da maior crise migratória com que a Europa se confronta desde a Segunda Guerra Mundial.
Em Junho, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou que mais de 10 mil refugiados morreram ou desapareceram no Mediterrâneo desde 2014. Milhões de pessoas arriscaram a vida para escapar a guerras e condições de vida miseráveis no Norte de África, na África Subsaariana, no Médio Oriente e na Ásia Central.
As ingerências do imperialismo, as guerras de agressão da NATO e o apoio dos países ocidentais aos militantes takfiris que operam no Médio Oriente são factores que estão na origem do incremento da violência e da desestabilização em várias regiões do planeta, levando a que as populações fujam e procurem refúgio na Europa. Muitos países europeus têm respondido à «crise» com a adopção de medidas duras, que vão do maior controlo nas fronteiras ao isolamento dos refugiados.
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