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Hackers russos divulgam mais casos de doping

O grupo de hackers «Fancy Bear» divulgou, ontem, mais informações médicas confidenciais da Agência Mundial Antidoping (Wada), relativas a 25 atletas de EUA, Alemanha, Grã-Bretanha, República Checa, Dinamarca, Polónia, Roménia e Rússia.

Agência Mundial Antipoding confirmou que o grupo «Fancy Bear» acedeu a dados médicos confidenciais de vários atletas
Agência Mundial Antipoding confirmou que o grupo «Fancy Bear» acedeu a dados médicos confidenciais de vários atletasCréditosRT

O grupo que, no dia 13, expôs resultados anti-doping das atletas norte-americanas Simone Biles, Elena Delle Donne e das irmãs Serena e Venus Williams divulgou ontem mais 25 nomes de atletas, depois de aceder a informação médica confidencial no portal da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla inglesa): dez dos Estados Unidos, cinco da Alemanha, cinco da Grã-Bretanha, um da República Checa, um da Dinamarca, um da Polónia, um da Roménia e um da Rússia.

«A lista dos “viciados no doping” inclui não apenas atletas das equipas de topo nos Jogos Olímpicos mas também atletas que competem por outros países», disse o grupo num comunicado, em que prometeu divulgar mais dados no futuro, informa a RT.

A Wada confirmou que os dados foram «ilegalmente obtidos» pelos hackers e afirmou que o acesso ocorreu por via do seu Sistema de Administração e Gerenciamento Antidoping, através de uma conta criada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) para o Rio 2016.

De acordo com a Wada, a conta inclui informações médicas confidenciais como as Isenções de Uso Terapêutico (IUT), que são emitidas por federações desportivas e organizações nacionais antidoping para permitir que os atletas utilizem certas substâncias.

A culpa é da Rússia

A Agência Mundial Antidoping foi célere a acusar a Rússia, considerando que se tratava de uma «retaliação» pela investigação «independente» da entidade que levou ao afastamento dos atletas russos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

O director-geral da organização, Olivier Niggli, classificou a acção como um «ataque criminoso», que visa pôr em causa a Wada e a reputação dos atletas, e pediu ao Governo russo que «parasse» os hackers.

Na terça-feira, após a primeira divulgação de dados pelos hackers, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à imprensa que «podia garantir com toda a certeza que a participação do Governo russo ou dos serviços secretos no ataque estava completamente fora de questão».

Na segunda leva

De acordo com a RT, a segunda leva de nomes inclui algumas figuras conhecidas, como a tenista profissional norte-americana Bethanie Lynn Mattek-Sands, que ganhou três títulos de pares femininos e dois de pares mistos em torneios do Grand Slam, Dagmara Wozniak, uma esgrimista norte-americana que representou os EUA nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e Kathleen Baker, uma nadadora norte-americana que ganhou uma medalha de ouro e outra de prata nas Olimpíadas deste Verão.

Marcello Foa: «Dois pesos, duas medidas...»

Numa entrevista à RT, o jornalista italiano Marcello Foa sublinhou que o «caso do doping tem sido tratado de uma forma muito particular, de modo a mostrar que os russos são os maus da fita e tudo o resto deve ser lido a essa luz».

Sobre a reacção da comunicação social dominante e dos governos aos dados divulgados pelos hackers, Foa disse que «tentaram desviar as atenções da notícia – que é o facto de um grupo de atletas ter tomado determinadas drogas – para o facto de os hackers terem conseguido ter acesso a estes dados». O jornalista italiano acrescentou que este é um procedimento típico e que funciona muito bem quando é preciso criar a onda mediática certa: «E essa onda já foi criada há muito tempo, de acordo com a opinião pública ocidental.»

Marcello Foa acredita que as atletas norte-americanas agora envolvidas no escândalo foram e vão ser tratadas de forma diferente pela comunicação social e por agentes desportivos. Em seu entender, o facto de Williams ou Simone Biles estarem a competir e a tomar medicamentos prescritos por um médico devia ser imediatamente tornado público pela Wada.

O silêncio à volta deste tópico é para ele estranho e mais o convence da existência de dois pesos e duas medidas: os russos são os maus da fita, foram banidos dos Jogos Paralímpicos, enquanto outros merecem da Wada uma compreensão bem mais «suave». Não se trata de uma questão de «justiça».

Para Foa, a reputação da Agência Mundial Antidoping foi seriamente atingida, mais ainda com estas revelações recentes, mas o que interessa é «desviar as atenções para os hackers russos».

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