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Gigantes que crescem e exploram

O apregoado sucesso dos grandes operadores na área do retalho, que traz milhões de euros aos seus accionistas, esconde outro lado, que é bem negro: a situação dos trabalhadores, uma peça fundamental para que sejam possíveis tão «belos» resultados, facto tão óbvio mas que os «senhores» desses grupos não admitem.

Salários na grande distribuição roçam o salário minímo nacional, apesar dos elevados lucros das empresas
Salários na grande distribuição roçam o salário minímo nacional, apesar dos elevados lucros das empresasCréditos

O jornal Público dava ontem conta de que os dois maiores operadores do retalho alimentar em Portugal, o Continente e o Pingo Doce, terminaram 2016 com os melhores resultados dos últimos seis anos, explicando o crescimento com a expansão da rede de lojas e o aumento do consumo dos portugueses.

Ao que parece, o Continente, do grupo Sonae, foi o que mais cresceu, registando vendas de 3687 milhões de euros, mais 5,6% do que em 2015. Já o Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, conseguiu alcançar 3558 milhões de euros de facturação, o que representa uma subida de 4,4%. É referido ainda que outros operadores da grande distribuição, como o Lidl, também conseguiram aumentar as vendas, ainda que sem dados mais concretos disponíveis.

Este sucesso apregoado que traz milhões de euros aos accionistas dos grupos esconde outro lado, que é bem negro: a situação dos trabalhadores, uma peça fundamental para que sejam possíveis tão «belos» resultados, mas que os «senhores» desses grupos não admitem.

Tantos milhões mas os salários não são actualizados de forma significativa (apenas 1% o ano passado), e mais de 50% rondam o salário mínimo nacional! Uma «fartura» tão irrisória comparada com os milhões que são distribuídos pelos accionistas. Mas os problemas não ficam por aqui.

Basta dar conta de que a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, associação patronal cuja presidência e vice-presidência é dos donos da Sonae e da Jerónimo Martins, no processo negocial com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), respondeu às reivindicações dos trabalhadores com a redução do valor pago pelo trabalho suplementar e nos feriados, a introdução do banco de horas e a recusa em negociar aumentos salariais.

Para além dos salários, continua a existir a desregulação dos horários e a imposição de elevados ritmos de trabalho. Continua a persistir a precariedade, principalmente nos armazéns de distribuição. Continua a discriminação dos operadores de armazém e a não ser satisfeita a reivindicação de os equiparar aos operadores de supermercado, seja nos salários ou na progressão na carreira.

São recorrentes as denúncias de pressão e assédio moral sobre os trabalhadores, desde os processos disciplinares à recusa de horários flexíveis. Esta pressão e os ritmos de trabalho elevados e desregulados têm contribuído para o aumento de doenças musculo-esqueléticas e de problemas psicológicos.

É com este panorama, de exploração e de elevados custos para os trabalhadores, que os grupos económicos crescem e vêm congratular-se pelo seu sucesso!

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