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Ele há compadres e enteados?

É espantoso como depois de todas as falcatruas já conhecidas, realizadas por Ricardo Salgado e pelos diversos elementos da sua equipa no Grupo e no Banco, alguém como Miguel Sousa Tavares procure ainda proceder à lavagem da sua imagem.

Créditos / portuguese-american-journal.com

Na sua página de opinião do Expresso semanal do dia 7 de Janeiro, o jornalista Miguel Sousa Tavares, dois anos e meio depois da queda do Grupo Espírito Santo (GES) e do seu Banco, vem procurar vender a ideia de que «o Banco Espírito Santo (BES) era um bom Banco, o melhor a trabalhar com as empresas e o mais conceituado lá fora, que foi contaminado pela sua promíscua e ruinosa relação com o Grupo BES».

O tal bom Banco, vá lá saber-se porquê, digo eu, de acordo com Miguel Sousa Tavares «precisava na altura de dois mil milhões de euros de recapitalização e pediu que a Caixa subscrevesse 700 mil para que isso funcionasse como factor de confiança, para o mercado subscrever o restante». Uns trocos apenas, aplicados numa boa causa e que fariam com que certamente o jornalista deixasse de destilar tanto ódio em relação ao banco público.

Tirando o enorme lapso, que para Miguel Sousa Tavares é certamente uma coisa menor, de se confundir 700 mil euros com 700 milhões de euros, que foi efectivamente o pedido de subscrição do empréstimo obrigacionista feito à Caixa Geral de Depósitos, uma coisa de somenos importância para um escriba desta qualidade (de 700 mil para 700 milhões basta multiplicar por mil), o que é ainda espantoso, neste pequeno naco de prosa, é a ideia que se pretende cimentar de que o BES era um bom Banco, o melhor a trabalhar com as empresas e o mais conceituado lá fora.

É espantoso como depois de todas as falcatruas já conhecidas, realizadas por Ricardo Salgado e pelos diversos elementos da sua equipa no Grupo e no Banco, alguém como Miguel Sousa Tavares procure ainda proceder à lavagem da sua imagem. Um Banco que revelou práticas ilegais de utilização de paraísos fiscais para fugas aos impostos e pagamentos não declarados, financiamentos indevidos intragrupo e de familiares, concessão de crédito sem avaliação de risco, circularização de dívida e capital, falsificação de activos e passivos, manipulação de produtos financeiros, imparidades injustificadas. Um Banco que literalmente enganou milhares de depositantes vendendo-lhes gato por lebre e fazendo com milhares de portugueses vissem espumar-se num ápice as poupanças de uma vida e procurem agora na Justiça reaver parte delas.

Com todas estas evidências, procurei afincadamente encontrar as justificações para esta visão tão cor-de-rosa do Banco Espírito Santo e do seu leader incontestado, e eis senão quando me lembrei que, da mesma forma que o aforismo popular diz que «não pode haver filhos e enteados», também neste caso, com Miguel Sousa Tavares e Ricardo Salgado, se pode dizer que «compadres não podem ser enteados».

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