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«Proximidade» é mote no Festival de Almada

De 4 a 18 de Julho realiza-se a 34.ª edição do Festival de Almada, considerado o maior festival de teatro em Portugal, que trará este ano a Almada e Lisboa 26 produções de vários países, não esquecendo ainda a dança e a música.

Hedda Gabler, de Henrik Ibsen
Hedda Gabler, de Henrik IbsenCréditos / Festival de Almada

Mais de três décadas de parceria entre a Câmara Municipal de Almada e a Companhia de Teatro de Almada têm proporcionado aquele que é considerado por muitos um dos melhores festivais europeus de teatro. Um festival que enche as medidas de um público profundamente conhecedor desta arte, mas também daqueles que são novos apreciadores.

Na edição passada, o público votou para que regressasse este ano, como Espectáculo de Honra, Hedda Gabler, de Henrik Ibsen, encenada pela norueguesa Juni Dahr na Casa da Cerca. Trata-se de um espectáculo do Visjoner Teater de Oslo, preparado para 70 espectadores de cada vez.

Rodrigo Francisco, director do festival, revelou num texto introdutório do programa que esta peça foi um mote para trazer a esta edição o traço «da proximidade» entre os intérpretes e os espectadores, com uma aposta nos pequenos formatos, sem no entanto pôr de lado as grandes produções. Assim, esta edição inclui um conjunto de oito espetáculos intimistas, com carreiras alargadas, que convidam o público para uma relação de especial proximidade com os actores.

No entanto, o Festival de Almada «é também o lugar das grandes produções internacionais», revela o site da Câmara Municipal de Almada, este ano com o suíço Christoph Marthaler e o italiano Pippo Delbono a encabeçar «uma lista de 15 criadores oriundos de França, Noruega, Bélgica, Argentina, Roménia, Inglaterra, Israel, Itália, Suíça e Espanha». Acrescenta que o teatro português estará representado por 11 companhias, com 5 estreias, com destaque para um ciclo dedicado ao Novíssimo Teatro Português.

História do Cerco de Lisboa, encenação de Ignacio García Créditos

Os espectáculos apresentam-se em 11 palcos de Almada e Lisboa, e entre o programa desta edição, que se estende de 4 a 18 de Julho, encontram-se Envagelho, do italiano Pippo Delbono, Uma Ilha Flutuante do suíço Christoph Marthaler, Bovary, de Tiago Rodrigues, pelo Théàtre de la Bastille e Teatro Nacional D. Maria II, Rumeurs et Petits Jours, uma criação do grupo belga Raoul Collectif, ou Golem, do grupo britânico 1927. Também podem ser vistos Apre – Melodrama Burlesco, de Pierre Guillois, Gente Comum, de Gianina Cărbunariu, ou A Mãe, vinda da Bélgica, da companhia Peeping Tom.

Entre os espectáculos portugueses está a História do Cerco de Lisboa, dramaturgia de José Gabriel Antuñano, a partir do romance de José Saramago, encenada por Ignacio García, que envolve a Companhia de Teatro do Algarve, a Companhia de Teatro de Almada, a Companhia de Teatro de Braga e o Teatro dos Aloés. Também poderão ser vistas as novas criações de Miguel Moreira e Romeu Runa, Operários, e Ela Diz, de Carlos J. Pessoa, assim como a reposição de Moçambique, de Jorge Andrade, pela companhia Mala Voadora e a Primeira Imagem, com concepção e encenação de John Romão e interpretada por alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema.     

O cartaz também inclui concertos gratuitos na esplanada da Escola D. António da Costa e noutros locais do concelho. São exemplos os espectáculos de Waldemar Bastos, Aldina Duarte, Irmãos Catita, Bruno Pernadas e Samuel Úria; também a música flamenca dos Flamen4Tet, de fusão ibero-americana por Andando Caminos, os mexicanos Los Chapulines, ou o jazz com a Orquestra Geração. Estes são só alguns dos artistas. A rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, também será palco de espectáculos gratuitos.

Este ano o Festival de Almada homenageia o cenógrafo António Lagarto, o que inclui uma exposição de cenografias e figurinos da sua autoria e uma instalação produzida em parceria com o arquitecto Pedro Mira.

Operários, de Miguel Moreira e Romeu Runa Créditos

O autor do cartaz desta edição foi o designer Jorge dos Reis, cujos trabalhos estarão numa exposição na Casa da Cerca. Como informa o texto de Rodrigo Francisco no programa, este artista criou um tipo de letra original a que chamou «Benite»: «para tal, preencheu os seus caracteres com traços dos rostos dos actores com que o fundador do Festival de Almada construiu a sua carreira».

A totalidade do programa pode ser vista no site da 34.ª edição do Festival de Almada, cujos preços dos bilhetes avulso vão dos 5 aos 10 euros e as assinaturas custam 75 euros (60 euros para o Clube de Amigos do Teatro Municipal Joaquim Benite).

O investimento cultural no concelho

Na apresentação pública do programa, no dia 23 de Junho, Rodrigo Francisco criticou a falta de investimento na cultura por parte do Estado. Por outro lado, o presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas, e o vereador António Matos, reafirmaram o compromisso da câmara com o desenvolvimento cultural do concelho.

Segundo afirma Joaquim Judas num texto que também faz parte da introdução do programa, «o Festival de Almada contribui para a afirmação do rumo estratégico» da gestão municipal, que desde há quatro décadas busca «ininterruptamente a promoção do desenvolvimento integral dos cidadãos», enquanto «alicerces essenciais à construção de uma sociedade mais justa e mais humana, onde o acesso e usufruto do saber e do conhecimento sejam realidades universais».

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