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Para toda a gente, tudo #9

Vão. Isto é assim como que uma ordem.

«Sorry, Boys», de Marta Cuscunà
«Sorry, Boys», de Marta Cuscunà Créditos

Em 2016 Marta Cuscunà esgotou por três dias a pequena sala-estúdio do São Luiz. Quem teve a sorte de dar pela sua passagem, pôde entrar em La Semplicità Ingannata («A simplicidade traída») e descobrir pelo menos três coisas: uma história verídica, hilariante e trágica de tomada de Poder, de um Poder que importa muito; um mundo cheio de luz, sombra, inteligência e humor; uma artista subtil, rigorosa e docemente subversiva.

O trabalho de Cuscunà com as marionetas é maravilhoso, a sua relação com as palavras e os silêncios, com a própria matéria da história em que se envolve e nos envolve, é um show. Desta vez Cuscunà traz Sorry, Boys à sala grande do São Luiz, novamente inspirado em acontecimentos reais, novamente sobre uma tomada de Poder por parte de mulheres aparentemente inferiorizadas — Em La Semplicità... freiras reclusas e ignorantes à força, em Sorry, Boys, jovens mulheres com menos de 16 anos que tomam uma estranha decisão comum. E «ao fundo da cena, duas linhas de cabeças cortadas.»

Eu não sei se estou a ser clara, mas este espectáculo é para não perder sob pretexto nenhum! Sábado, 18, às 21h (espectáculo seguido de conversa com a equipa artística) e domingo, 19, às 17h30. Não me quero repetir, mas... sob pretexto nenhum!

Não mexas aí, que é histórico!

A não perder também é a instalação vídeo de Vasco Araújo que o Cão Solteiro acolhe até 21 de Abril. Parque Temático, uma obra que já leva um ano de história conturbada — filmada no Portugal dos Pequenitos e continuando o já fértil caminho de Vasco Araújo pelo Portugal colonialista interrogando o que é testemunho do ido ou marca do que ainda não se foi, a obra foi censurada pela Fundação Bissaya Barreto, que não deu autorização para a utilização das imagens dos bustos pretos de grossos lábios vermelhos que nos recebem no parque temático em Coimbra.

Um ano depois, finalmente a obra, que circulou com écran preto onde deveriam estar as imagens censuradas, pode ver-se por inteiro. Já traz mais uma camada, porque o próprio acto de proibir as imagens interpela a Fundação e interpela-nos a nós. Na loja do Cão Solteiro, na Rua do Poço dos Negros, 120, em Lisboa. De quinta a sábado, das 16h às 20h. Só até 21 de Abril.

Tragédias de juventude já depois da Terceira Idade.

A repetição do separador do mês passado não é erro de copy/paste. É que uma coisa não é outra coisa, mas estas duas coisas diferentes são a mesma. Tenham ou não tenham ido ao CCB ver o Despertar da Primavera do Teatro Praga, podem agora contactar directamente com a obra grafada que funda a novel língua praticada durante aqueles três dias no Pequeno Auditório de Pedrouços. Primeiro estranha-se, aos depois interna e com aquilo à frente dos óculos ninguém é capaz de desenjoiar.

Um texto que, em não parecendo, só se dá com choses deste mundo e que, para todos os effects, Wedekind est. A tradução de Despertar da PrimaveraUma Tragédia Kinder, por José Maria Vieira Mendes, vale 5 euros (pois claro!) e pode ser comprada na Rua das Gaivotas 6 ou encomendada pelo email [email protected].

Porque «pensei que as pessoas piores do que são. Mas não encontrei personne que não desse o best.» Até para o mês que vem!

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