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Angola, canto e luta!

Hoje, quando Angola regressa às urnas para decidir o seu futuro em mais umas eleições, que se desejam pacíficas, livres e justas, celebramos a música angolana e o seu espírito rebelde, que desde os tempos do colonialismo soube, através do ritmo e da poesia, construir uma das mais poderosas obras da arqueologia musical.

Bonga
BongaCréditos / Portal Banda

Música que sempre soube traduzir as aspirações e sentimentos do seu povo, música rica em ritmos e melodia, música que chora enquanto dança e que canta os seus lamentos. Se a música angolana é hoje uma forte potência nas pistas de dança de todo o Mundo, Angola sofre os constrangimentos de um mundo globalizado, as agressões do novo colonialismo, as contradições de um sistema capitalista que ainda oprime as populações mais desfavorecidas.

Com a certeza que será o seu povo e mais ninguém a construir um futuro de liberdade e independência, lançamo-nos na pesquisa do passado e do presente da imensa riqueza da música de Angola.

David Zé é um nome incontornável da cultura angolana. Cantor e compositor militante, continua ainda hoje uma referência de todo o período anterior à guerra civil que se estendeu até 2002. O seu álbum de estreia «Mutudi Ua Ufolo/Viuva Da Liberdade» além de um verdadeiro manual revolucionário de consciência política e compromisso com a luta da independência contra o colonialismo e o imperialismo. E hoje, «A luta Continua».

Ruy Mingas é daquelas vozes e figuras que dispensa apresentações. O seu timbre único, imediatamente reconhecível, o seu trajecto como figura da cultura e da política dos primeiros anos da independência da jovem república popular, a ligação familiar a Liceu Vieira Dias um dos principais compositores da música de Angola, fazem de Ruy Mingas figura central do edifício musical angolano.

O tráfico colonial é descrito aqui neste monumento afro que conta com o seu irmão, o histórico músico e compositor Carlitos Vieira Dias.

José Adelino Barceló de Carvalho é um verdadeiro campeão angolano, mas é como Bonga que ele conquistou o triunfo da paixão de milhares de amantes da música de todo mundo. Gravado em 72 na Holanda, este lamento Mona Ki Ngi Xica é a banda sonora do guerrilheiro angolano na sua luta contra o colonialismo português. Trágico e simples, o canto de Bonga neste «Angola 72» permanece um clássico, que já serviu de base como sample para várias re-actualizações e recentes revisitações do canto único de Bonga.

O maravilhoso ano de 72 não nos deu apenas a grande música de Bonga. Nesse ano nasceu, Paulo Flores um dos maiores cantores e compositores da Angola de hoje, um verdadeiro defensor do Semba. Uma voz marcante e uma poesia que se entranha, a música de Paulo Flores tem a capacidade de nos fazer sentir e viajar pelo interior da alma angolana, enquanto nos vemos a correr as ruas e mussekes de Luanda sem sair do lugar.

Música que partilha as memórias do seu povo e assim constrói a identidade mas também a independência e o futuro de Angola.

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