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Incêndios florestais extensos, persistentes e violentos

A culpa não é «só» da árvore… ou do calor… ou do vento…

Vêm-nos com a conversa da culpa do «minifúndio», da falta de limpeza das matas, dos terrenos «abandonados», assim como se fossem estes factores a determinarem a extensão, a persistência e a violência dos incêndios florestais. Mas isso é atirarem-nos cinzas para os olhos!

Ainda temos pelo menos mais dois meses (Agosto–Setembro) até terminar a época crítica e já os Incêndios Florestais bateram vários «recordes» da tragédia, do drama, dos prejuízos, da violência…

O debate desencadeado também tem sido «quente», embora ainda pouco profícuo. Esperemos que possa vir a ser mais «frio» e mais clarificador.

Entretanto, a parte mais «estranha» das muitas vertentes desse «debate» sobre as causas maiores dos Incêndios Florestais é, afinal, a quase ausência de debate sobre o papel DETERMINANTE desempenhado pela grande Indústria das Fileiras Florestais para termos plantada, no terreno, a Floresta que lá temos «prontinha para arder» – e com a maior violência – mal se proporcionem condições climatéricas com calor, secura do ar, ventos…

Sim, chega a espantar esta «omissão» de tamanha «vertente» de debate!

Nos últimos 30 anos, tem sido o interesse estratégico das Celuloses a comandar a (falta de) «estratégia» oficial que gerou o (des)ordenamento «incendiário» que está «plantado», em contínuo, em vastas áreas florestadas.

Sim, encontramos no terreno milhares de hectares com Eucaliptais em contínuo, em modo de produção industrial e intensivo, com as copas das árvores a pegar umas nas outras… E ainda assim também encontramos o Pinheiro Bravo. Nessas condições de facto «incendiárias» – com o plantio e o crescimento em contínuo de árvores altamente comburentes –, quando se proporcionam as «outras» condições climatéricas e salta uma chama lá para o meio, aí temos os Incêndios pavorosos e destruidores, dias e noites a fio, por mais meios aéreos (e «espectaculares») que sejam mobilizados para o combate às chamas!

Pois, mas vêm-nos para cá com a conversa da culpa do «minifúndio», da falta de limpeza das Matas, dos terrenos «abandonados», assim como se fossem estes factores a determinarem a extensão, a persistência e a violência dos Incêndios Florestais. Não e não! Que isso é atirarem-nos cinzas para os olhos!

A grande Indústria que mais planta e faz plantar o Eucalipto tem sido altamente privilegiada pelas políticas governamentais. Mas é mestra a fazer chantagem sobre a fileira e sobre o País…

Desde sempre, Governo atrás de Governo, para as Celuloses – mais tarde também para os Aglomerados e hoje para as Centrais de Biomassa – têm «chovido» apoios PÚBLICOS – directos e indirectos – ao investimento em fábricas e em explorações, em benefícios fiscais, em submissas vontades governamentais…

Enquanto isso acontece – décadas a fio –, enquanto por exemplo nos últimos anos têm voltado a subir os lucros «milhionários» das Celuloses, os Preços da Madeira (na Mata e à entrada das Fábricas) mantêm-se baixos na Produção, aos níveis de há 30 anos atrás. E com Preços tão baixos não há «gestão activa» da Floresta e lá temos um vector também ele determinante da situação caótica a que chegámos!

«Ao mesmo tempo, com arrogância, a grande Indústria da Fileira do Eucalipto (…) repete a "cassete" da ameaça de se ir embora para outras paragens e deixar de investir por cá…»

Ao mesmo tempo, com arrogância, a grande Indústria da Fileira do Eucalipto (a árvore não tem culpa…) repete a «cassete» da ameaça de se ir embora para outras paragens e deixar de investir por cá…, o que chega a ser chantagem económica, e política, sobre o País. Desde logo porque, afinal, até já se estão a «ir embora» – e às dezenas de milhar de hectares de cada vez – designadamente para os «trópicos», onde o Eucalipto cresce ainda mais depressa, embora não seja tão bom para pasta-papel como o «nosso»…

De resto, os grandes industriais das Fileiras Florestais «só» ainda se não «foram embora» muito mais, digamos assim, porque lá fora, nesses «trópicos», não têm a mama dos subsídios astronómicos (directos e indirectos) e de outros favores PÚBLICOS – nacionais e comunitários – que por cá têm tido… E também não podem desmontar as «luxuosas» Fábricas aqui para as irem montar… lá fora!...

Mas descansem tais «senhores», que também não se pretende fechar essas Fábricas. É que, e para além do mais, até temos sido nós, os Produtores Florestais e os Contribuintes Portugueses em geral, a pagar muito dinheiro por elas e a «investir» muito suor para elas cá funcionarem!…

Aquilo que agora mais é preciso é enfrentar a sério a «ditadura» da grande Indústria – monopolista e hegemónica – das Fileiras Florestais. Para isso, é indispensável haver aquilo que, afinal, muito tem faltado: a vontade política dos sucessivos Governos. Acontece que, hoje, até há condições políticas mais gerais para se travar a batalha, com força!

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