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A amnésia de Jens Stoltenberg

A afirmação do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, de que são inaceitáveis quaisquer tentativas de influenciar eleições nacionais a partir do exterior não é um exercício de autocrítica da instituição que dirige, mas antes o assumir da sua impunidade!

Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg
Secretário-geral da NATO, Jens StoltenbergCréditos / RT

O secretário-geral da NATO considerou inaceitável qualquer tentativa de influenciar eleições nacionais desde o exterior. Jens Stoltenberg fez esta afirmação, sem se rir, durante uma conferência de imprensa em que respondia a questões relativas à alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas. Manifestando a sua preocupação quanto à cibersegurança, falou sobre ciberataques contra países da NATO e rematou afirmando que «qualquer tentativa de intervir ou influenciar eleições nacionais desde o exterior é inaceitável».

Esqueceu-se de dizer que influenciar eleições do exterior é inaceitável se não for executada pela NATO ou pelos seus membros. Tem a seu favor o facto de a NATO preferir intervir não do exterior mas sim militarmente no próprio país.

Mas, porque ao contrário de Jens Stoltenberg, temos memória, podemos recordar apenas dois ou três exemplos de um longo historial de intervenções da NATO, visando governos de países soberanos.

A intervenção militar na Iugoslávia em 1999, uma operação militar em que a NATO interveio à revelia do Conselho de Segurança da ONU, neste caso também com o envolvimento de tropas portuguesas, era primeiro-ministro o actual secretário-geral da ONU.

Em Março de 2011, na Líbia, onde a NATO anunciou, após a morte de Muammar Gaddafi, que iria cessar as operações militares.

Por fim, também alguns breves exemplos de um vasto manancial de pressões e ameaças militares que a NATO promoveu no período pós-25 de Abril, com o objectivo de intimidar a revolução portuguesa e apoiar as forças contra-revolucionárias, como aconteceu em finais de Janeiro de 1975, com a realização de um exercício com forças navais nas costas do nosso país, com bombardeamentos aéreos simulados na região Centro, quando estava já em marcha o golpe spinolista de 11 de Março.

Seguiram-se novas movimentações e exercícios na costa portuguesa em Maio/Junho, presenças frequentes de navios de guerra da NATO em águas portuguesas durante o chamado Verão quente e, após as primeiras eleições para a Assembleia da República, de novos aviões da NATO a sobrevoarem território nacional, durante um exercício na costa de Gibraltar.

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